sábado, 25 de dezembro de 2010

Feliz Natal e Feliz 2011

Nós do blog Arte no Divã agradecemos a todos que compartilharam um momento de suas vidas conosco. Desejamos a todos um feliz Natal, cheio de felicidade e alegrias e que no próximo ano possamos realizar muito mais que neste ano de 2010!
Como presente de Natal, nós do Arte no Divã reformulamos o layout do blog, deixando ele um pouco mais com a cara da Arte, com a cara do Divã. Este ano que iniciará teremos novas análises de filmes, livros, músicas e personagens.

FELIZ NATAL E UM FELIZ ANO NOVO!

Leandro e Natália
Equipe Arte no Divã

domingo, 19 de setembro de 2010

Filme: Gamer


O filme "Gamer" de 2009 foi dirigido por Mark Neveldine e Brian Taylor, estrelado por Gerard Butler, Michael C. Hall e Amber Valetta. Conta a de um novo jogo de videogame que é a grande febre do momento. Através dele milhões de internautas podem assistir um grupo de condenados lutando para sobreviver como se fossem personagens virtuais, sendo controlados por jogadores. Kable (Gerard Butler) é a grande estrela do jogo, sendo comandado por um adolescente. Em meio à batalha, Kable precisa usar suas habilidades para vencer o jogo e derrubar o sistema que o aprisiona.

Análise feita por Leandro

Realidade virtual, games, computador, filmes 3D, 4D, 5D ... é a tecnologia se multiplicando, nos mostrando o entretenimento de forma cada vez mais real! A realidade virtual se tornando realidade pessoal!
Orkut, facebook, twitter, sonic, são comunidades virtuais de relacionamentos. Um lugar virtual onde você pode conversar com pessoas do mundo inteiro, colocar fotos, jogos, vídeos, músicas, entrar numa “comunidade on-line” para discutir determinado tema, tirar o sarro dos outros, fazer propaganda entre outras e mais outras coisas que fazemos no dia a dia e que podemos fazer virtualmente. Em um minuto podemos conversar com 5 pessoas diferentes, de países diferentes, com línguas diferentes.
Uau! Quanta informação num único minuto! Isso que não citei o skype, MSN, Windows messeger entre outros softwares que funcionam como telefones de computador. Podemos conversar no exato momento com outra pessoa, tem um retorno dela no mesmo instante por algo escrito, vídeo-chamada ou como webfone. Todos softwares baixados de graça.
Um outro jogo virtual que tenta duplicar a vida real é o Second Life, nele se é possível criar uma pessoa virtual (chamadas de avatar) com as características do usuário ou de como ele gostaria de ser. Lá é possível arrumar um emprego, um relacionamento “afetivo” ou “sexual”, dançar, jogar, dirigir. Tudo on-line, como um jogo de vídeo-game.
Maravilha, realmente esses programas nos auxiliam das mais diversas formas, afinal a 100 anos atrás nem todos os países do mundo tinham estrutura para ter um telefone, hoje algo essencial (será?) para os lares de pessoas no Brasil e do mundo.
Reparem em como tudo isso está em nossas vidas, comunidades virtuais nas quais podemos fingir ser alguém que não somos, fazer ago que como “nós mesmos”, nossa máscara social, não nos permite. Então podemos criar algo diferente para nós, uma pessoa diferente.
Claro que toda essa mudança também passa pela nossa percepção de imagem corporal, sobre como nós nos vemos e vemos nosso corpo (podemos pesquisar em diversos sites de periódicos científicos de como a imagem corporal afeta nossa vida, como por exemplo em casos de anorexia ou bulimia).
Com isso podemos ser algo no “mundo virtual” e outro no “mundo real”, porém existe uma lei da física que diz que toda ação te uma reação igual ou maior. Isso vale também para o “mundo psíquico”.
Para podermos nos adaptar a um determinado local (por exemplo, quando existe uma mudança de cidade, emprego ou escola) nos moldamos para caber nessa micro sociedade, ou seja, falamos coisas que em outros lugares não falamos, agimos de maneiras que em outros lugares não agimos, mas sempre respeitando um limite, o nosso próprio limite de agir, nosso próprio self. Vamos para um exemplo: Joãozinho está começando um novo emprego como Auxiliar Financeiro de uma companhia aérea , mas ele é muito brincalhão e não sabe se ao brincar estará ofendendo alguém ou algum chefe, portanto ele começa o emprego mais sério e aos poucos vai contando uma piada, e outra conforme vai conhecendo as pessoas e o ambiente de trabalho. Assim a pessoa se adaptou ao local e o local se adaptou a ele.
Isso é o que normalmente a sociedade em geral faz, porém algumas pessoas tem dificuldade numa adaptação, problemas sociais e para isso criam seus Avatares de jogo on-line.
Se procurar em sites da internet encontraremos diversas noticias sobre como surgiram as redes virtuais, pessoas tímidas que tinham problemas em se relacionar frente a frente com outra pessoa conseguiram criam as redes virtuais e assim de adaptaram a sociedade, tinham amigos íntimos no mundo inteiro, porém essas pessoas que criaram esses programas viram também uma possibilidade de negócios financeiros e criaram se próprio emprego. Se integraram na sociedade real sendo eles, empresários tímidos socialmente, mas leões nos negócios.
Infelizmente hoje existem pessoas viciadas em internet, não conseguem mais se socializar com outras pessoas a não ser via “web”, demonstrando tantos sintomas que já possuem um diagnóstico.
O filme Gamer nos lembra um pouco em como funciona o Orkut, facebook (os mais conhecidos no Brasil) mas principalmente um não tão famoso aqui no Brasil, o Second Life. Lá a personagem de Michael C. Hall, o chamado Castle cria a Society, um lugar onde humanos podem fazer tudo aquilo que outros humanos os mandarem fazer, como dançar com determinada pessoa, comer insetos, usar roupas extravagantes, porém a pessoa que controla esse “society” não sente nada disso, é como um usuário do Orkut mandando um Budy Poke para outro, o personagem faz o que foi mandado mas o usuário não sente nada. No caso do filme, o “society” é uma pessoa com sentimentos e tem sensações e sentimentos, mas é obrigado a falar e fazer apenas aquilo que o usuário quer.
Esses “societies”, como eu os chamo, estão apenas fugindo de suas vidas reais, fugindo de toda a responsabilidade, frustração, ganho e perda, tristeza e alegria da vida através de seus próprios julgamentos.
A personagem Angie, interpretada por Amber Valetta, é controlada por um homem, que não consegue se integrar com ele mesmo e nem com a sociedade, então para ter relacionamento e algum prazer ele a utiliza para satisfaze-lo.
Veja como esses personagens querem escapar de tudo a sua volta, deixando outra pessoa tomar a decisão por ela ou que outra pessoa sinta na pele aquilo que ela gostaria de sentir.
É algo muito triste ver alguém assim.
Já a personagem principal do filme cham-se Kable (Gerard Butler) é um soldado condenado a morte e para se ver livre da prisão e da morte certa que ela trás ele se recruta no jogo “Slayer”, também criado por Castle, e assim conseguir a liberdade após 30 vitórias. Para tanto ele também é controlado por alguém, ele é controlado por Simon (Logan Lerman), um garoto de 17 anos que acha divertido matar pessoas no jogo. No entanto durante o um dos personagens fala para Simon que “é assim deste lado a sua vitória”, ao se referir dos ganhos que o controle sobre Kable deu a ele e mostra fotos de festa e dinheiro, “mas veja sua vitória deste lado” e mostra para ele as conseqüências da batalha armada travada por ele e Kable no jogo, pernas, braços sem corpos, corpos de detentos que estavam ali tentando a liberdade, de pessoas sonhando serem livres. Não relacionar isso ao que acontece mesmo, na sociedade e realidade.
Ele não teve uma instrução que aquele jogo realmente matava pessoas, seres humanos com sonhos.
Quando conversei com um policial conhecido meu ele me disse “atirar com a arma em uma placa ou boneco é fácil. O difícil é fazer isso num ser humano. Não importa que ele seja bandido ou não, ainda assim é um ser humano. Nem todos conseguem”
Kable, Simon, Angie, souberam como lidar com toda essa duplicidade criada pelo jogo e saem dele. Vão seguir seus caminhos, sentindo o toque do ser humano, amando, respeitando, lidando com as escolhas do dia. Vão vivendo!
Para muitos dos usuários de redes sociais aquilo realmente só significa um jogo, uma carta on-line que será respondida de forma mais rápida, mas para outros é necessário que se tenha uma explicação, um trabalho junto de seu uso para que eles possam se integrar e integrar-se na sociedade e no dia a dia.
Saber lidar com as dores, com a cura, com a tristeza, com a alegria é o que torna o ser humano o que ele é, é o que o torna feliz.
Que possamos lidar com o nosso viver e sermos felizes.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Filme: Preciosa



O filme Preciosa é baseado no livro homônimo de Sapphire, conta a história de uma menina de 16 anos que está grávida do segundo filho (os filhos dela são resultados de estupros do pai) e é expulsa de casa e levada a um reformatório.
O filme de 2009 foi dirigido por Lee Daniels e tem no elenco a vencedora do Oscar Mo'nique (no papel de MAry, mãe de Preciosa), Gabourey Sidibe (como Preciosa), Paula Patton, Mariah Carey, Lenny Kravitz.

A análise é feita pela psicóloga Natália

A verdade nua e crua assusta. No momento em que sai do cinema me senti assustada por essa tal verdade que tem que ser dita a qualquer preço.
O filme “Preciosa” demonstra isso com toda a força e precisão, nos remete a perceber que esses fatos realmente ocorrem e o quanto marcam e destorcem a vida da jovem Preciosa, a jovem é abusada pelo pai, tem uma filha com ele com síndrome de Dawn, a mãe a espanca não considera como filha mas como amante do marido e ultrajada como tal. Não conseguia aprender e estava grávida do seu segundo filho com o pai e é encaminhada para o reformatório e nesse lugar que ela começa resignificar sua vida, começa a enxergar novas saídas.
O filme, visto por ângulo da bilheteria, não rendeu como outros grandes sucessos mas demonstrou como é fácil permanecer na posição de que nada acontece.
Famílias com grau de comprometimento psicopatológico cometem o incesto, o abuso sexual intrafamiliar é o maior índice nas estatísticas, não escolhendo classe social, raça, cor.
O complexo de Édipo, ao qual somos concebidos, é essa relação triangular em que segundo Freud as nossas estruturas psíquicas são estabelecidas. Dessa relação triangular é que determina como é formado o ID, que é o desejo o proibido, o Super- Ego, que é o carrasco a culpa, e o Ego que organiza essas instancias psíquicas.
O Pai: a figura simbólica do pai é a lei “nos arranca é mostra que pertencemos ao mundo e não a nossa mãe, e que iremos procurar outras parcerias”.
Em casos patológicos em que o Édipo se concretiza abre-se um abismo na família. É o que aconteceu com a Preciosa, o pai prometia que iria casar com ela, impedia inconscientemente de namorar, concretizando o Édipo.
A cenas no filme que demonstram a fuga da realidade, um mecanismo de defesa que nega aquele acontecimento tão traumático.
Ao resignificar a sua vida ela conseguiu não naturalizar a violência que sofria, a professora teve uma escuta ativa e a amou, sentimento esse nunca vivenciado por ela. O amor de pais nunca teve, o que teve no lugar deste amor nunca caracterizou algo de bom para Preciosa.
Sua mãe com características boderline, traços caracteristicos de psicose, é um destaque. Vencedora do Oscar, a atriz conseguiu expressar o sofrimento e a inveja que apersonagem sentia pela filha, denunciando a dinâmica doente da família.
A Preciosa era a esposa do seu pai.
Quando algumas pessoas desmistificam o poder da família e o seu essencial papel, seja ela convencional ou moderna, ele é a base da formação da personalidade muito mais que educar é manter a saúde mental dos filhos.
O filme é surpreendente e fascinante, mostra como o sofrimento de bases tão arcaicas que é o núcleo familiar podem sofrer mutações de formas doentias. A Preciosa em nenhum momento foi protegida, era uma menina de 16 anos que é uma resiliente e que no decorrer do filme torna o sofrimento humano em algo precioso e fruto de reflexão.

domingo, 25 de abril de 2010

Filme: A Ilha do Medo


O filme "A Ilha do Medo" é baseado no livro homônimo de Dennis Lehane. Conta a hsitória de Teddy Daniels que investiga o desaparecimento de uma paciente do Hospital Psiquiatrico, que também é uma prisão. O filme é dirigido por Matin Scorsese e conta com Leonardo Dicaprio no papel de Teddy Daniels, Mark Ruffalo como Chuck Aule e Ben Kingsley como o Dr. John Crawley.

Análise feita por Leandro

O terror de todos aqueles que conhecem um pouco sobre as patologias psíquicas é ter algum(as) dela(s) diagnosticada para si. Nós que trabalhamos, estudamos e vemos um pouco disso a cada dia ficamos temerosos e preocupados que tal poderia acontecer conosco. O “engraçado” disso é que sabemos que ao sermos (diagnosticados como) um esquizofrênico ou um psicótico nem sequer notaremos algo de diferente na questão social ou a simples questão “to louco”, pois mergulhamos, nos envolvemos, na fantasia criada sendo esta fantasia a realidade e o resto seria o anormal.
Exemplo disso é o filme “A Ilha do Medo”.
Neste filme a personagem de Leonardo DiCaprio, Teddy Daniels, investiga o desaparecimento de Rachel Solando de uma prisão psiquiátrica. Acompanhado de Chuck, personagem de Mark Ruffalo, ele tenta de diversos modos descobrir a verdade na ilha. Em sonhos a falecida esposa, vivida por Michelle Williams, aponta algumas direções na investigação mas deixa algumas perguntas no ar, como quando Teddy em sonho encosta em sua barriga e de lá jorra sangue, ou quando ela aparece ao lado de uma menina morta em um campo de concentração Nazista.
Toda a trama é tão bem elaborada que em nenhum momento o expectador pode dizer que tudo não passa de uma fantasia criada por Teddy, que na realidade se chama Andrew Laeddis, para suportar a morte dos três filhos pela esposa e por ter matado a esposa por isso. Ela sofria de depressão aguda.
Essa trama, essa fantasia, que Andrew cria mostra exatamente o que acontece no dia a dia de um CAPS/NAPS ou de qualquer hospital psiquiátrico ou residência do doente mental. A fantasia é forte o bastante para ludibriar a verdade e não permitir que o paciente tenha acesso ao que realmente acontece na vida real.
Na história o diretor do hospital, personagem de Ben Kingsley tenta ajudar a recuperação de Andrew tornando a prisão hospital no local imaginado na história de Andrew. Por alguns momentos ele tem êxito em sua busca terapêutica, Andrew reconhece que Teddy Daniels não existe, porém logo em seguida ele regride voltando a fantasia.
No filme é dado apenas um modo para a “cura” de Andrew, a lobotomia, porém esse método não ajuda o paciente, mas sim apenas causa uma baixa reação do paciente as atividades emocionais cortando as ligações do lobo frontal ao tálamo. Em outras palavras, o paciente não demonstra sentir nada, nenhum tipo de reação como medo, alegria, tristeza, amor, ódio, nada. Ele fica parecido com um Zumbi clássico, daqueles filmes B dos anos 80.
Retirar essas ligações emocionais de Andrew com o mundo exterior e interior é cura? Será que mesmo naquela época era necessário que ele passasse por isso? Imagine a sua cidade, quantas pessoas com algum tipo de doença mental existem nela e depois pense se todos sofressem lobotomia? Não seria cura, e sim apenas olhar para o lado, calar a boca do doente para não ouvi-lo gritar, para não ouvi-lo pedir ajuda para algo que você não pode ajudar.
Acredito, e digo isso pensando apenas em meu pouco conhecimento de tudo que existe em relação as doenças mentais e os métodos para a cura, que não podemos para de estudar os casos para que em algum dia (se Deus quiser) possamos encontrar uma forma mais rápida de ajuda-los a se adaptarem a sociedade e ao seu mundo interno.
Afinal, já diz o ditado “médico e louco, todo mundo tem um pouco” ... que a moda da lobotomia não retorne ...

domingo, 31 de janeiro de 2010

Filme: Invictus



O filme Invictus é baseado no livro "Conquistando o Inimigo" de John Carlin, que por sua vez é a narrativa da história real do jogo de rugbi que uniu os sul africanos brancos e negros. O filme trata especificamente do jogo de rugbi e do momento no qual aconteceu, o livro volta mais no tempo, começando desde a prisão de Mandela até o final do jogo, um jogo entre ideias e crenças. O filme é dirigido por Clint Eastwood, conta com Morgan Freeman (no papel de Mandela), Matt Damon (como françois Pienaar), Tony Kgoroge (Jason Tshabalala), Patrick Mofokeng (Linda Moonsamy), Matt Stern (Hendrick Booyens). Indicado a dois premios da Academia (Oscar) com Melhor Ator (Morgan Freeman) e melhor ator coadjuvante (Matt Damon).

Análise feita por Leandro




“O perdão começa aqui!” “Esse é o maior poder de todos!”. Essas são frases tiradas do filme “Invictus”, dirigido por Clint Eastwood que conta com Morgan Freeman no papel de Nelson Mandela e Matt Damon no papel de François Pienaar.
A história do filme é baseado no livro “Conquistando o Inimigo” de John Carlin, que por sua vez é baseado nos fatos reais acontecidos na África do Sul durante o apartheid.
A sensacional performance de Freeman como Mandela é fantástica e nos traz algo totalmente importante para a vida de todos, uma história de luta e conquista através de algo muito simples: Perdão!
Na história Mandela é libertado e após as eleições de 1994 é eleito presidente da África do Sul, o primeiro negro presidente do país e primeiro presidente eleito em eleições mistas na África do Sul. Mandela, durante todo o tempo que esteve preso (27 anos) refletiu e pode sentir o que realmente o seu país precisava, o perdão contra os crimes cometidos pelo afrikaners ao sul africanos negros.
Ele entendeu que o ressentimento criado pela violência cometida pelos afrikaners, foi gerada pelo medo de perder o que eles conseguiram. O filme pouco mostra o que aconteceu na vida real, o livro descreve um pouco melhor, as guerras, as mortes, o medo, a destruição de vilas e cidades. Tudo criado pelo medo de perder o que tinham e pelo ressentimento criado pelo medo alheio.
Esse medo estava criando um câncer dentro da sociedade negra do país, estava criando guerras entre os povos (negros x negros; brancos x negros). Tudo pelo medo.
Muitos pensam que seja apenas um sentimento sem importância, que sentimentos não causam nada físico ao corpo humano ou ao corpo da sociedade. Mas a ciência mostra o contrário, demonstra o contrário e, acima de tudo, comprova o contrário!
Claro que todos os estudos existentes dentro da ciência, seja o ramo que for, tem como fundamento conceitos básicos a maioria vindo de filósofos antigos datados de 500 A.C, mas a teoria da Psicossomática foi fundamentada em 1922 por Georg W. Groddeck. Essa teoria nos diz que o corpo humano reage de forma física aos nossos sentimentos, como quando alguém está com raiva e não fala a ninguém o corpo começa a reagir, alguns com fortes dores no estomago, outros com febre, outros com diarréia, prisão de ventre entre tantos outros sintomas. Quem nunca ouviu na televisão, reportagens no jornal, revistas ou mesmo da boca do vizinho “isso que você ta sentindo vai te deixar doente” ou “ supera cara! Se você não se abrir isso vai te dar uma úlcera” “isso vai te dar um câncer”? Todos sabemos que isso pode acontecer, conheço pessoas que quando não conseguem se expressar começam a ter dores de cabeça e febre, outras que quando não conseguem ter o que querem o corpo ataca com uma grande febre.
Existem casos que a preocupação por algo ou alguém pode desencadear uma gastrite, aftas, herpes.
Mandela percebeu que o perdão, o falar durante esse período de doença, poderia curar o país inteiro. Começou com o slogan “Um time, Um país” e com as campanhas para não privar o corpo, ou seja os brancos e os negros, de seus desejos e diversões mais simples resultaram na unificação do país.
E nós, podemos começar uma campanha de unificação de nossos sentimentos? Podemos criar um slogan parecidos “Verdadeiro sentimento, Verdadeiro corpo”?
Uma professora minha vivia repetindo uma frase dentro da sala de aula “boca cala, o corpo fala”, e assim vejo muitas outras repetindo a frase mas muitas não unificam o sentimento para a cura do corpo.
Vamos nos livrar de medo, receios, raivas, ódios para criarmos em nosso corpo uma sensação de bem estar, sensação gerada pelo bem estar do corpo.
Você é quem comanda seu corpo! Você dita as ordens para ele e seu caminho!

Poema: Invictus
William Ernest Henley
Tradução: Leonardo Dias

Do fundo da noite que me cobre,
Preta como o Breu de lado a lado
Agradeço a todos deuses pelo nobre
Inconquistável espírito a mim dado.

No acaso todo das circunstâncias
Não me deixei cair nem gritar
Apesar de um estouro de ânsias
Minha cabeça sangra sem curvar

Além desse lugar de tristezas e insanos
Nada se vê, só o Horror desde cedo
E ainda assim a ameaça dos anos
encontra-me e encontrar-me-á sem medo

Não importa quantas vezes desatino
nem quantas vezes a vida me espalma
Sou o mestre e senhor do meu destino:
Sou o capitão de minha alma.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Filme: Avatar



O filme Avatar tem direção de James Cameron, no elenco estão Sam Worthington, Zoe Saldana, Michelle Rodriguez, Sigourney Weaver, Giovanni Ribisi. Noo filme é contado a estória de Jack Sully (vivido por Sam Worthinton) que ao chegar em sua cadeira de rodas num planeta desconhecido vive aventuras para cumprir seu dever como soldado, mas as aventuras passam mais tarde para seu dever com um povo, com a vida. Indicado a 9 prêmios da Academia (o Oscar), sendo que ganhou 3 deles: MelhorFotografia, Direção de Arte e Efeitos Especiais.

Análise feita por Natália





Qual é o seu Avatar para as dores existenciais?


O filme Avatar é surpreendente! Além de efeitos fantásticos e um enredo incrível onde demonstra com primazia a importância da natureza e do amor pela vida e a superação. A personagem principal utiliza um Avatar para explorar Pandora, que é um mundo alienígena habitado pelos Na’vi para melhor integração, conhecê-los e usurpar as preciosidades de sua terra.
A personagem utiliza um Avatar para se integrar e conhecer os mistérios daquele lugar, separando as frustrações de seu “eu humano” do seu “eu Na’vi” (ou pelo menos, tentando), enquanto nós meros seres-humanos limitados com dores existências às frustrações do dia a dia as perdas.
Existe uma música que define as frustrações dizendo que “Não há nada sem separação” é pensando que percebemos que as conquistas das vidas são feitas de separação. Para se tornar adolescente e “comprar as suas opiniões” (no sentido de ter suas próprias opiniões) é necessário se separar da criança que antes vivia da opinião dos pais.
A mesma dinâmica acontece com a vida de solteiro, é preciso abandonar para amadurecer e viver uma vida a dois. Somos obrigados a realizar inúmeras separações para nos adaptar.
Quando não há a adaptação das separações, quando não há sequer elaborações existenciais, criamos avateres para lidar com as frustrações da nossa existência, do nosso “Ser no Mundo”. Esses avateres são a dependência química, as doenças psicossomáticas e outras com a síndrome do pânico a depressão.
A dependência química é o entorpecer da dor. Adoramos fingir que nada está acontecendo e o adicto é aquele que tem uma baixa tolerância à frustração e o avatar para suas dores existências são as drogas, que dão prazer entorpecente.
As doenças psicossomáticas Eu diria que todo o adoecer carrega as emoções embutidas em si, motivadoras ou não elas estão lá e negá-las é um meio de fortalecê-las. O Avatar para as dores que não conseguimos elaborar são as doenças psicossomáticas, afinal “Quando a boca fala os órgãos calam, quando a boca cala os órgãos falam”.
A depressão é um entorpecer para a vida, ou melhor, o não querer viver daquela maneira, e a inflexibilidade diante da vida e das dores da alma é não a adaptação à separação a qual estamos sujeitos a todo o momento sendo este é o Avatar para não lidar com as mesmas.
Diante desses Avatares que estão embutidos na alma humana devemos ter a consciência que todos estão vulneráveis que nosso legado, que é Amar e trabalhar segundo Freud, estão estritamente ligados a frustrações.
A personagem principal se entrega após algumas batalhas junto de seu avatar e o vive o avatar; se nos entregamos aos nossos avatares não vivemos a nossa essência e acabaremos não adaptando as realidades que nos “atropelam” o nosso existir. A psicologia como ciência da alma, do existir, da escuta do outro (que dentro desse encontro se escuta) e dentro da grandeza das palavras há a libertação da alma, portanto é uma ciência que estuda a loucura da vida que acalma e orienta as dores da existência.
Dores essas que nos impede de gozar em plenitude a vida, sem os avatares nos amarmos em essência e se não conseguimos sozinhos superá-los procure a ajuda do profissional da escuta e da palavra, o Psicólogo, o Psicoterapeuta e se liberte dos seus avatares. Ajudaremos a encontrar o caminho mas quem a trilha é você.

“Sei lá... a Vida tem Sempre Razão", de Toquinho e Vinicius de Moraes na voz de Chico Buarque, Miúcha e Tom Jobim.
Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, que dá pra entender:
A gente mal nasce, começa a morrer.
Depois da chegada vem sempre a partida,
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão.
A gente nem sabe que males se apronta.
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe,
E o sol que desponta tem que anoitecer.
De nada adianta ficar-se de fora.
A hora do sim é o descuido do não.
Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão.