domingo, 19 de setembro de 2010
Filme: Gamer
O filme "Gamer" de 2009 foi dirigido por Mark Neveldine e Brian Taylor, estrelado por Gerard Butler, Michael C. Hall e Amber Valetta. Conta a de um novo jogo de videogame que é a grande febre do momento. Através dele milhões de internautas podem assistir um grupo de condenados lutando para sobreviver como se fossem personagens virtuais, sendo controlados por jogadores. Kable (Gerard Butler) é a grande estrela do jogo, sendo comandado por um adolescente. Em meio à batalha, Kable precisa usar suas habilidades para vencer o jogo e derrubar o sistema que o aprisiona.
Análise feita por Leandro
Realidade virtual, games, computador, filmes 3D, 4D, 5D ... é a tecnologia se multiplicando, nos mostrando o entretenimento de forma cada vez mais real! A realidade virtual se tornando realidade pessoal!
Orkut, facebook, twitter, sonic, são comunidades virtuais de relacionamentos. Um lugar virtual onde você pode conversar com pessoas do mundo inteiro, colocar fotos, jogos, vídeos, músicas, entrar numa “comunidade on-line” para discutir determinado tema, tirar o sarro dos outros, fazer propaganda entre outras e mais outras coisas que fazemos no dia a dia e que podemos fazer virtualmente. Em um minuto podemos conversar com 5 pessoas diferentes, de países diferentes, com línguas diferentes.
Uau! Quanta informação num único minuto! Isso que não citei o skype, MSN, Windows messeger entre outros softwares que funcionam como telefones de computador. Podemos conversar no exato momento com outra pessoa, tem um retorno dela no mesmo instante por algo escrito, vídeo-chamada ou como webfone. Todos softwares baixados de graça.
Um outro jogo virtual que tenta duplicar a vida real é o Second Life, nele se é possível criar uma pessoa virtual (chamadas de avatar) com as características do usuário ou de como ele gostaria de ser. Lá é possível arrumar um emprego, um relacionamento “afetivo” ou “sexual”, dançar, jogar, dirigir. Tudo on-line, como um jogo de vídeo-game.
Maravilha, realmente esses programas nos auxiliam das mais diversas formas, afinal a 100 anos atrás nem todos os países do mundo tinham estrutura para ter um telefone, hoje algo essencial (será?) para os lares de pessoas no Brasil e do mundo.
Reparem em como tudo isso está em nossas vidas, comunidades virtuais nas quais podemos fingir ser alguém que não somos, fazer ago que como “nós mesmos”, nossa máscara social, não nos permite. Então podemos criar algo diferente para nós, uma pessoa diferente.
Claro que toda essa mudança também passa pela nossa percepção de imagem corporal, sobre como nós nos vemos e vemos nosso corpo (podemos pesquisar em diversos sites de periódicos científicos de como a imagem corporal afeta nossa vida, como por exemplo em casos de anorexia ou bulimia).
Com isso podemos ser algo no “mundo virtual” e outro no “mundo real”, porém existe uma lei da física que diz que toda ação te uma reação igual ou maior. Isso vale também para o “mundo psíquico”.
Para podermos nos adaptar a um determinado local (por exemplo, quando existe uma mudança de cidade, emprego ou escola) nos moldamos para caber nessa micro sociedade, ou seja, falamos coisas que em outros lugares não falamos, agimos de maneiras que em outros lugares não agimos, mas sempre respeitando um limite, o nosso próprio limite de agir, nosso próprio self. Vamos para um exemplo: Joãozinho está começando um novo emprego como Auxiliar Financeiro de uma companhia aérea , mas ele é muito brincalhão e não sabe se ao brincar estará ofendendo alguém ou algum chefe, portanto ele começa o emprego mais sério e aos poucos vai contando uma piada, e outra conforme vai conhecendo as pessoas e o ambiente de trabalho. Assim a pessoa se adaptou ao local e o local se adaptou a ele.
Isso é o que normalmente a sociedade em geral faz, porém algumas pessoas tem dificuldade numa adaptação, problemas sociais e para isso criam seus Avatares de jogo on-line.
Se procurar em sites da internet encontraremos diversas noticias sobre como surgiram as redes virtuais, pessoas tímidas que tinham problemas em se relacionar frente a frente com outra pessoa conseguiram criam as redes virtuais e assim de adaptaram a sociedade, tinham amigos íntimos no mundo inteiro, porém essas pessoas que criaram esses programas viram também uma possibilidade de negócios financeiros e criaram se próprio emprego. Se integraram na sociedade real sendo eles, empresários tímidos socialmente, mas leões nos negócios.
Infelizmente hoje existem pessoas viciadas em internet, não conseguem mais se socializar com outras pessoas a não ser via “web”, demonstrando tantos sintomas que já possuem um diagnóstico.
O filme Gamer nos lembra um pouco em como funciona o Orkut, facebook (os mais conhecidos no Brasil) mas principalmente um não tão famoso aqui no Brasil, o Second Life. Lá a personagem de Michael C. Hall, o chamado Castle cria a Society, um lugar onde humanos podem fazer tudo aquilo que outros humanos os mandarem fazer, como dançar com determinada pessoa, comer insetos, usar roupas extravagantes, porém a pessoa que controla esse “society” não sente nada disso, é como um usuário do Orkut mandando um Budy Poke para outro, o personagem faz o que foi mandado mas o usuário não sente nada. No caso do filme, o “society” é uma pessoa com sentimentos e tem sensações e sentimentos, mas é obrigado a falar e fazer apenas aquilo que o usuário quer.
Esses “societies”, como eu os chamo, estão apenas fugindo de suas vidas reais, fugindo de toda a responsabilidade, frustração, ganho e perda, tristeza e alegria da vida através de seus próprios julgamentos.
A personagem Angie, interpretada por Amber Valetta, é controlada por um homem, que não consegue se integrar com ele mesmo e nem com a sociedade, então para ter relacionamento e algum prazer ele a utiliza para satisfaze-lo.
Veja como esses personagens querem escapar de tudo a sua volta, deixando outra pessoa tomar a decisão por ela ou que outra pessoa sinta na pele aquilo que ela gostaria de sentir.
É algo muito triste ver alguém assim.
Já a personagem principal do filme cham-se Kable (Gerard Butler) é um soldado condenado a morte e para se ver livre da prisão e da morte certa que ela trás ele se recruta no jogo “Slayer”, também criado por Castle, e assim conseguir a liberdade após 30 vitórias. Para tanto ele também é controlado por alguém, ele é controlado por Simon (Logan Lerman), um garoto de 17 anos que acha divertido matar pessoas no jogo. No entanto durante o um dos personagens fala para Simon que “é assim deste lado a sua vitória”, ao se referir dos ganhos que o controle sobre Kable deu a ele e mostra fotos de festa e dinheiro, “mas veja sua vitória deste lado” e mostra para ele as conseqüências da batalha armada travada por ele e Kable no jogo, pernas, braços sem corpos, corpos de detentos que estavam ali tentando a liberdade, de pessoas sonhando serem livres. Não relacionar isso ao que acontece mesmo, na sociedade e realidade.
Ele não teve uma instrução que aquele jogo realmente matava pessoas, seres humanos com sonhos.
Quando conversei com um policial conhecido meu ele me disse “atirar com a arma em uma placa ou boneco é fácil. O difícil é fazer isso num ser humano. Não importa que ele seja bandido ou não, ainda assim é um ser humano. Nem todos conseguem”
Kable, Simon, Angie, souberam como lidar com toda essa duplicidade criada pelo jogo e saem dele. Vão seguir seus caminhos, sentindo o toque do ser humano, amando, respeitando, lidando com as escolhas do dia. Vão vivendo!
Para muitos dos usuários de redes sociais aquilo realmente só significa um jogo, uma carta on-line que será respondida de forma mais rápida, mas para outros é necessário que se tenha uma explicação, um trabalho junto de seu uso para que eles possam se integrar e integrar-se na sociedade e no dia a dia.
Saber lidar com as dores, com a cura, com a tristeza, com a alegria é o que torna o ser humano o que ele é, é o que o torna feliz.
Que possamos lidar com o nosso viver e sermos felizes.
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Adorei Leandro esse post. Assisti o filme e gosto de analisá-los. Michael C. Hall e Amber ambos aquariano, como esse signo é ligado ao mundo da informática eu gosto de saber o que leva um ator se indetificar com o papel que atua.
ResponderExcluirVou seguir o blog, abraço Cynthia.