terça-feira, 14 de abril de 2020

Filme: Capitã Marvel

Capitã Marvel de 2019 é o primeiro filme protagonizado por uma mulher do Universo Cinematográfico da Marvel. Nele Carol Danvers (Brie Larson) é uma ex-agente da Força Aérea norte-americana, que, sem se lembrar de sua vida na Terra, é recrutada pelos Kree para fazer parte de seu exército de elite. Inimiga declarada dos Skrull, ela acaba voltando ao seu planeta de origem para impedir uma invasão dos metaformos, e assim vai acabar descobrindo a verdade sobre si, com a ajuda do agente Nick Fury (Samuel L. Jackson) e da gata Goose.


Análise feita pelo neuropsicólogo Leandro

“Por toda a minha vida, eu lutei em desvantagem”

Essa frase me marcou muito quando assisti o filme da Capitã Marvel. Estava na expectativa do primeiro filme solo de uma super heroína! A primeira a ter filme solo (antes mesmo da Viúva Negra). Durante anos assistimos filmes protagonizados, dirigidos e escritos apenas por homens, mas este mudou a prerrogativa. Junto com o filme Pantera Negra, Capitã Marvel quebra barreiras e fronteiras. Não fala apenas sobre uma mulher forte e poderosa, mas vai além disso.

O filme inicia com a personagem principal, vivida pela ganhadora do Oscar Brie Larson, na Capital do Império Kree. Os Kree são uma raça de guerreiros, portanto a primeira coisa que mostra a Vers (como a personagem Carol DanVERS é chamada pelos Kree) é lutando, ou melhor, treinando com seu tutor/chefe/amigo/falsiano Yon-Rogg, interpretado por Jude Law, e leva repreensão atrás de repreensão. Durante todo o “treinamento”, Yon-Rogg repreende Vers por usar seus poderes. Mais tarde, nas últimas cenas deles juntos Yon-Rogg faz a mesma coisa.
Esses comportamentos nos relatam algo que acontece no dia a dia de toda mulher, a repreensão feita pelo homem com medo de perder seu lugar para ela. Sim, esse filme nos mostra muito bem esse ponto de vista! Quantas vezes não vemos ou ouvimos falar sobre mulheres menosprezadas por homens (e por algumas mulheres também) por tentarem sair de “seu lugar”, seja no emprego, casa, sociedade? Quantas vezes a mulher luta para ter sua voz ouvida dentro da sociedade machista que vivemos?
A culpa disso não é do homem ou da mulher, mas do machismo estrutural de nossa sociedade e do homem e da mulher que não luta contra essa estrutura falha e preconceituosa.
Percebam a resiliência desta personagem. Ao longo do filme temos vários flash back da vida de Carol Danvers, ela criança correndo num kart, mais velha jogando beisebol, mais velha nas Forças Armadas, ela pilotando avião. Sempre teve alguém (em sua grande maioria, se não a totalidade, homens) menosprezando ela, seu serviço e superestimando a “masculinidade” de alguns.
Detalhe, o longa se passa no ano de 1995 e até hoje vemos as mesmas cenas acontecerem em várias casa do Brasil e do mundo. Até hoje as mulheres ganham menos que homens, tem estereotipias relacionadas ao histórico social da mulher (ou seja, a famosa frase “lugar de mulher é no fogão e na pia. Quem tem que trabalhar é o homem!”).
Pensa em quantas vezes uma mulher perto de você ou mesmo você já passou por isso? Do porquê das mulheres ganharem menos que os homens? Por terem menos mulheres em posição de chefia? Quantas Ceo’s mulheres temos comparadas aos homens?

Como podemos reestruturar nossa sociedade para que não haja mais tanto preconceito, tanto machismo? A “criatividade é vida”, já dizia Winnicott, e de quanta criatividade a mulher precisa para continuar Viva?

“Vamos ver o que acontece quando estou em igualdade!” Essa é a continuação da frase do começo do texto. Vamos trabalhar para a igualdade acontecer!

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