Capitã Marvel de 2019 é o primeiro
filme protagonizado por uma mulher do Universo Cinematográfico da Marvel. Nele Carol Danvers (Brie Larson) é uma ex-agente da Força
Aérea norte-americana, que, sem se lembrar de sua vida na Terra, é recrutada
pelos Kree para fazer parte de seu exército de elite. Inimiga declarada dos
Skrull, ela acaba voltando ao seu planeta de origem para impedir uma invasão
dos metaformos, e assim vai acabar descobrindo a verdade sobre si, com a ajuda
do agente Nick Fury (Samuel L. Jackson) e da gata Goose.
Análise feita pelo
neuropsicólogo Leandro
“Por toda a minha vida, eu lutei em
desvantagem”
Essa frase me marcou muito quando
assisti o filme da Capitã Marvel. Estava na expectativa do primeiro filme solo
de uma super heroína! A primeira a ter filme solo (antes mesmo da Viúva Negra).
Durante anos assistimos filmes protagonizados, dirigidos e escritos apenas por
homens, mas este mudou a prerrogativa. Junto com o filme Pantera Negra, Capitã
Marvel quebra barreiras e fronteiras. Não fala apenas sobre uma mulher forte e
poderosa, mas vai além disso.
O filme inicia com a personagem
principal, vivida pela ganhadora do Oscar Brie Larson, na Capital do Império
Kree. Os Kree são uma raça de guerreiros, portanto a primeira coisa que mostra
a Vers (como a personagem Carol DanVERS é chamada pelos Kree) é lutando, ou
melhor, treinando com seu tutor/chefe/amigo/falsiano Yon-Rogg, interpretado por
Jude Law, e leva repreensão atrás de repreensão. Durante todo o “treinamento”,
Yon-Rogg repreende Vers por usar seus poderes. Mais tarde, nas últimas cenas
deles juntos Yon-Rogg faz a mesma coisa.
Esses comportamentos nos relatam algo
que acontece no dia a dia de toda mulher, a repreensão feita pelo homem com
medo de perder seu lugar para ela. Sim, esse filme nos mostra muito bem esse
ponto de vista! Quantas vezes não vemos ou ouvimos falar sobre mulheres
menosprezadas por homens (e por algumas mulheres também) por tentarem sair de
“seu lugar”, seja no emprego, casa, sociedade? Quantas vezes a mulher luta para
ter sua voz ouvida dentro da sociedade machista que vivemos?
A culpa disso não é do homem ou da
mulher, mas do machismo estrutural de nossa sociedade e do homem e da mulher
que não luta contra essa estrutura falha e preconceituosa.
Percebam a resiliência desta
personagem. Ao longo do filme temos vários flash back da vida de Carol Danvers,
ela criança correndo num kart, mais velha jogando beisebol, mais velha nas
Forças Armadas, ela pilotando avião. Sempre teve alguém (em sua grande maioria,
se não a totalidade, homens) menosprezando ela, seu serviço e superestimando a
“masculinidade” de alguns.
Detalhe, o longa se passa no ano de 1995
e até hoje vemos as mesmas cenas acontecerem em várias casa do Brasil e do
mundo. Até hoje as mulheres ganham menos que homens, tem estereotipias
relacionadas ao histórico social da mulher (ou seja, a famosa frase “lugar de
mulher é no fogão e na pia. Quem tem que trabalhar é o homem!”).
Pensa em quantas vezes uma mulher
perto de você ou mesmo você já passou por isso? Do porquê das mulheres ganharem
menos que os homens? Por terem menos mulheres em posição de chefia? Quantas
Ceo’s mulheres temos comparadas aos homens?
Como podemos reestruturar nossa
sociedade para que não haja mais tanto preconceito, tanto machismo? A
“criatividade é vida”, já dizia Winnicott, e de quanta criatividade a mulher
precisa para continuar Viva?
“Vamos ver o que acontece quando estou
em igualdade!” Essa é a continuação da frase do começo do texto. Vamos
trabalhar para a igualdade acontecer!
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