Pela primeira vez falarei com vocês e para vocês a respeito do trabalho da artista plástica espanhola Alicia Martín. Ela é famosa por seus trabalhos com livros. Como disse, ela é uma artista plástica e não escritora, então ela utiliza os livros como forma de mostrar sua criatividade para o mundo. Vejam abaixo as algumas fotos de alguns trabalhos dela (em uma das fotos encontramos a própria Alicia Martín).
Confesso que quando vi as fotos da primeira vez vieram várias coisas em minha cabeça, como “quanto livro jogado fora”, “quantas árvores são usadas para se fazer um livro?” e “o que será que ela quis dizer?”
Em busca pela internet através de sua história, me deparei com uma entrevista dela onde perguntaram “você alcançou seu objetivo?” e ela respondeu “sim, vejo como muitas crianças e adultos olham para as obras e é despertado neles esse desejo de conhecer um pouco mais do mundo literário”. Isso é o que ela disse conscientemente.
Acredito, e vou deixar claro que esta é uma visão MINHA, que pode haver muitas interpretações a respeito dessa “cascata de livros”. Sigam o meu raciocínio:
Nossas atitudes são tomadas através de conceitos que temos. Esse conceitos vão sendo criados através de experiências pessoais e atos de repetição (afinal nossa aprendizagem vem muito disso, da repetição de atos e palavras que nos são ensinados. Lembrem-se que para falarmos “mamãe e papai” alguém ficou repetindo isso na nossa cara quando éramos crianças). Pensem em tantas ideias, lembranças, estórias e histórias que permeiam nossa cabeça (mente, cérebro, enfim ...) e nunca podemos expressar. Cada ideia poderia muito bem dar um livro de 500 páginas. Nossa cabeça sendo um quarto onde guardamos tantos livros que ficam presos nela. E nunca conseguimos dar vazão a elas devido a “n” motivos. E esse projeto mostra que ela, que todos nós, devemos criar.
Se olharmos em volta, veremos que muitas pessoas não sabem mais criar, e digo criar num aspecto amplo da palavra. No aspecto que Winnicott define como “expressão humana”, uma expressão que vai alem do criar e vai para o viver.
As pessoas se apegam a determinados fatos, a determinadas situações e não conseguem mais sair delas! Não conseguem interiorizar, aceitar, viver o que está acontecendo naquele momento, naquela situação, e vive de maneira triste e amarga, se arrastando, podendo vir a surgir uma depressão e tantos outros problemas psicológicos.
Mas quando se vive uma situação, seja ela fácil ou difícil, uma situação nova ou antiga, que conseguimos identificar a situação, aceita-la, vive-la, e através dela vemos um caminho para seguir e seguimos este caminho felizes, neste momento criamos!
Dar vazão a nossa humanidade, desejo, sentimentos, nos faz ver o que temos no momento, podemos ver através deste objeto ou situação que nos encontramos. Podemos vivenciar além dele, pois criamos com e para esse objeto/situação. Uma dificuldade ou até mesmo alguma rotina deve ser tratada como um momento de criação, pois é um momento e uma vivencia única na vida.
Temos na história humana diversos homens e mulheres que encontraram uma dificuldade em seu caminho, e através do conhecimento que tinham, através da experiência de vida que tinham, eles lutaram, criaram, e venceram a dificuldade. Vemos que uma das fotos para mais uma “perna de livros” que uma cascata. Vejam como podemos encarar isto de forma abstrata, um gigante pisando no seu problema.
Num post já publicado aqui no Arte no Divã, vemos o dia a dia de Mandela em poder conduzir uma nação racista e dividida para uma nação unida (melhores informações sobre o filme “Invictus” procure em nosso histórico). Mahatma Gandhi também criou ao enfrentar os ingleses, usou do conhecimento que tinha obtido na sua experiência fora da Índia para lutar a favor dos seus.
Eles usaram os conhecimentos obtidos em livros, experiências pessoais e profissionais, para pisar nos problemas como gigantes.
No “post” sobre “Contos de Fadas” também citamos a importância da leitura dos contos para as crianças, adolescentes, adultos e idosos. Como a leitura (ou o ouvir das histórias) podem nos ajudar a elaborar, a criar sobre, um determinado problema/situação.
Que possamos dar importância a nossa criatividade, que possamos dar importância aos nossos livros e filmes, que possamos dar importância as nossas experiências, pois são através delas todas que conseguimos viver melhor!
Termino com uma frase do casal Diana Lichenstein Corso e Mario Corso, autores dos livros “Fadas no Divã” e “A Psicanálise na Terra do Nunca”
“Uma mente mais rica possibilita que sejamos flexíveis emocionalmente, capazes de reagir adequadamente a situações difíceis, assim como criar soluções para nossos impasses”.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Filme: Gente Grande
O filme "Gente Grande" de 2010 tem direção de Dennis Dungan, roteiro de Adam Sandler e Fred Wolf. No elenco estão o próprio Adam Sandler (Lenny Feder), Salma Hayek (Roxane Feder), Kevin James (Eric), Cris Rock (Kurt), Rob Schneider (Rob), David Spade (Marcus). O filme narra o reencontro de cinco amigos de infância durante o enterro de seu antigo treinador de basquete no feriado de 4 de Julho (Independencia dos E.U.A.) e seus 4 dias de folga numa casa de campo.
A análise foi feita pela psicóloga Natália
Como velhos hábitos que foram deixados para trás, na medida em que temos a oportunidade de revivê-los vivemos esse evento com a mesma intensidade de antes, pois nosso inconsciente e consciente guarda esses momentos mágicos.
O filme mostra os personagens após trinta anos de separação se reencontrando na mesma trajetória, a perda do grande técnico que os ensinou e que transmitiu valores além do esporte, e a partir desse momento de luto revivem momentos mágicos da infância esquecida.
Essa infância esquecida é também revivida pelos seus filhos que não estão acostumados a lidar com a afetividade, a interação cara a cara.
Tecnologia nós trouxe a comodidade e facilidade, e como tudo na vida tem duas faces. Essas faces não se encontram, a tecnologia nos trouxe algo de bom, entretanto nos retirou a criatividade de viver de recriar e essas armadilhas nos levam a não tolerar frustrações e medos.
O filme em contrapartida ensina aquelas crianças a reviver esse lado da brincadeira, de saber jogar pedrinhas no rio, pular amarelinha, cantar, dançar, pular, essas são as expressões corporais para transmitir afeto, criatividade para tolerar as frustrações.
Aqueles adultos reviveram a infância e seus filhos e esposas também, mesmo que a infância de seus filhos estava em plena forma ela ainda não tinha acontecido de fato, e ambos puderam reviver essa aventura gostosa de ser criativo e curioso, para poder amadurecer melhor.
Winnicoot escreveu sobre a criatividade, o brincar como uma forma de criatividade e que na fase adulta esse espaço pode ser preenchido pelas experiências culturais.
Devemos ir à busca dessas experiências culturais e ir à busca do self é ir em busca do “ser”, e não na busca “de ter”. O “ser” é garantido, o “ter” é passageiro!
O filme aproxima você do “ser”, do reviver, repetir para elaborar, no feriado eles puderam repetir para elaborar as perdas, angústias, medos de adultos, mas com a criatividade de uma criança.
Busquemos a nossa experiência cultural.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Atendimento Psicológico
Olá leitores!
Devido a busca de alguns leitores sobre psicoterapia, iremos divulgar agora nossos telefones para contato caso haja o interesse.
Mas afinal, pra que realizar a psicoterapia?
É um atendimento voltado para pessoas que buscam o auto-conhecimento, qualidade de vida, o desenvolvimento da criatividade, entre outros motivos de ordem pessoal.
Sou gestante, posso fazer psicoterapia?
Pode sim, a psicoterapia ajuda muito nesse momento tão especial para a nova família que será formada.
Meu filho tem 8 anos, posso coloca-lo na terapia?
Pode, a psicoterapia auxilia no desenvolvimento pessoal da criança, a ajuda a se compreender e a se expressar, que pode ocasionar a melhora no rendimento escolar.
Quanto tempo dura a sessão de psicoterapia?
O tempo médio para uma sessão é de 50 minutos, o número de sessões semanais varia de acordo com a necessidade do cliente.
Quem pode procurar um psicoterapeuta?
Todos que desejarem, podem ser crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos.
Contato:
Psicóloga Natália Cristiane M. de Oliveira - CRP 06/92785
Fone: (11) 95250-0485
Psicólogo Leandro Carlos de Oliveira - CRP 06/104817
Fone: (11) 94977-2536
e-mail: artenodiva@gmail.com
Devido a busca de alguns leitores sobre psicoterapia, iremos divulgar agora nossos telefones para contato caso haja o interesse.
Mas afinal, pra que realizar a psicoterapia?
É um atendimento voltado para pessoas que buscam o auto-conhecimento, qualidade de vida, o desenvolvimento da criatividade, entre outros motivos de ordem pessoal.
Sou gestante, posso fazer psicoterapia?
Pode sim, a psicoterapia ajuda muito nesse momento tão especial para a nova família que será formada.
Meu filho tem 8 anos, posso coloca-lo na terapia?
Pode, a psicoterapia auxilia no desenvolvimento pessoal da criança, a ajuda a se compreender e a se expressar, que pode ocasionar a melhora no rendimento escolar.
Quanto tempo dura a sessão de psicoterapia?
O tempo médio para uma sessão é de 50 minutos, o número de sessões semanais varia de acordo com a necessidade do cliente.
Quem pode procurar um psicoterapeuta?
Todos que desejarem, podem ser crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos.
Contato:
Psicóloga Natália Cristiane M. de Oliveira - CRP 06/92785
Fone: (11) 95250-0485
Psicólogo Leandro Carlos de Oliveira - CRP 06/104817
Fone: (11) 94977-2536
e-mail: artenodiva@gmail.com
Feliz Páscoa
Nós da equipe Arte no Divã desejamos a todos uma ótima Páscoa.
Equipe Arte no Divã
Leandro e Natália
Equipe Arte no Divã
Leandro e Natália
sábado, 16 de abril de 2011
Filme: Cisne Negro - O (des)equilíbrio da agressividade
O filme Cisne Negro (2010) foi dirigido por Darren Aronofsky e é estrelado por Natalie Portman, Mila Kunis, Wynona Rider e Vicent Cassel. Ganhador do Oscar, Globo de Ouro de do BAFTA de Melhor Atriz (Natalie Portman) e ganhador do Independent Spirit Awards de Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Diretor e Melhor Fotografia. O filme narra a estória de Nina (Portman) que substitui Beth MacIntrye(Rider) como primeira bailarina de uma companhia de ballet. Devido a pressões do seu diretor (Cassel), Nina começa uma luta para ser a Rainha Cisne, que incorpora os dois papéis, o Cisnes Branco e Negro.
Análise feita pela Psicóloga Natália
Quanto nós somos capazes de fazer para ir à busca de um objetivo? Somos capazes de nos transformar para conseguir alcançar o tão esperado objetivo?
Como manter a estrutura egoica á frente da frustração e a persistência perante o real objetivo a ser alcançado, e o quanto ficará de nós nesse objetivo, nesse projeto?
No filme cisne negro, isso é claro o quanto daquela menina frágil fica para trás em prol do nascimento do cisne negro, o enredo é belíssimo, forte e impactante, a trama do balé antes visto como clichê ganha traços de psicose, claros e oriundos. Durante a trama nos é apresentado sua mãe que não permitia que sua filha se torna-se uma mulher a aprisionando de um modo sutil, em um mundo irreal.
A agressividade é importante segundo Winnicoot , o bebê precisa de agressividade para abocanhar o seio da mãe, fato esse ele morreria de fome e desintegraria, para ir em busca devemos ser agressivos ao ponto de rompermos com os nossos pais e buscarmos nosso próprio alimento, para a competição em uma seleção de emprego, a agressividade nós impulsiona.
A personagem principal lutava contra esses impulsos de agressividade, ela se apresenta de uma maneira técnica preciosa de detalhes, porém não sentia a dança em sua plenitude, era cobrada emocionalmente a sentir, na ânsia de viver o cisne negro plenamente.
Devida a busca fiel por uma perfeição, nunca alcançável, nós humanos devemos lidar com a falta e que a perfeição não é alcançável, como se render ao superego exigente e sanguinário, o superego é de extrema relevância para a vida em sociedade, mas porém ele pode nos cobrar demais e nos paralisa. Na ânsia de viver o cisne negro ela renuncia o cisne branco “somatizando” uma dermatite no lugar em que as asas do cisne negro nasceriam. Dermatite essa fruto de seus delírios e fuga para ansiedade e medo do fracasso.
Nesse ato heroico de dar vida ao cisne negro, ela mata o cisne branco e é acometida por um surto psicótico ao qual ela mata o cisne branco para que reine o cisne negro, ao qual a personagem mata sua parte aceitável, o cisne branco, para que apenas se concretize o cisne negro.
O filme é impactante não só no sentindo das crises psicóticas, que são bem elaboradas e realizadas com precisão incrível, mas a incapacidade da personagem de viver os seus dois lados à sombra, o lado obscuro, e o lado aceitável. Nós, meros mortais, temos esses dois lados e somos afetados por ambas as partes e assim devido ás frustrações e realizações de nossa vida, criamos a nossa estrutura egoica para tolerarmos as exigências do desejo e do aceitável.
A personagem cindiu a estrutura de ego e diante de um superego sanguinário e ameaçador nos revelou as armadilhas da perfeição e nos deixou um espetáculo maravilhoso e intrigante.
quinta-feira, 31 de março de 2011
Sugestão do Mês: Filmes
Saudações!
Estaremos relacionando abaixo nossa dica de filme do mês:
Começando pela sugestão da psicóloga Natália.
A minha sugestão de filme para este mês é o filme “Querido John”, é um filme fantástico que relata como é o dia a dia de uma pessoa que convive com um pai autista. A interpretação de Richard Jenkins e Channing Tatum realmente emociona. Uma estória linda e maravilhosamente contada.
Segue abaixo a sinopse do filme:

"John, um jovem rebelde, se alista no exército logo após terminar a escola, sem saber o que faria de sua vida. Porém, durante sua licença, ele conhece Savannah, a garota de seus sonhos.
A atração mútua cresce rapidamente e logo transforma-se em um tipo de amor que faz com que Savannah jure esperá-lo concluir seus deveres militares. Mas ninguém pôde prever que os atentados de 11 de setembro pudessem mudar o mundo todo. E como muitos homens e mulheres corajosos, John deve escolher entre o seu amor por Savannah ou seu país.
Essa linda história não fala apenas do amor entre duas pessoas, que se vêem distanciadas pelas forças do destino, fala do amor incondicional, da renúncia pelo bem maior e da grandeza do amor paternal.
Uma obra comovente que nos faz refletir sobre as pequenas coisas que deixamos passar na vida: num beijo que não foi dado, um eu te amo que não foi dito, um carinho que passou do minuto de ser trocado."
A sugestão do psicólogo Leandro
Esse mês vou indicar o filme “O Vencedor”, que ganhou 7 Oscar’s incluindo o de melhor ator coadjuvante. Este filme fala de uma forma fantástica como é o amor de dois irmão, como é a sua dependência da família, da mãe. A busca pela vitória, de uma lado a vitória no boxe e no outro a vitória sobre as drogas. Ótimo filme e ótimos atores ... simplesmente fantático!
Segue sinopse do filme:

“1993. Dicky Ecklund (Christian Bale) teve seu auge ao enfrentar o campeão mundial Sugar Ray Leonard em uma luta de boxe, colocando a pequena cidade de Lowell no mapa. Até hoje ele vive desta fama, apesar de ter desperdiçado a carreira devido às drogas. Micky Ward (Mark Wahlberg), seu irmão, tenta agora a sorte no mundo do boxe, sendo treinado por Dicky e empresariado por Alice (Melissa Leo), sua mãe. Só que a família sempre o coloca em segundo plano em relação a Dicky, o que impede que Micky consiga ascender no esporte. A situação muda quando ele passa a namorar Charlene Fleming (Amy Adams), que o incentiva a deixar a influência familiar e tratar a carreira de forma mais profissional"
Estaremos relacionando abaixo nossa dica de filme do mês:
Começando pela sugestão da psicóloga Natália.
A minha sugestão de filme para este mês é o filme “Querido John”, é um filme fantástico que relata como é o dia a dia de uma pessoa que convive com um pai autista. A interpretação de Richard Jenkins e Channing Tatum realmente emociona. Uma estória linda e maravilhosamente contada.
Segue abaixo a sinopse do filme:

"John, um jovem rebelde, se alista no exército logo após terminar a escola, sem saber o que faria de sua vida. Porém, durante sua licença, ele conhece Savannah, a garota de seus sonhos.
A atração mútua cresce rapidamente e logo transforma-se em um tipo de amor que faz com que Savannah jure esperá-lo concluir seus deveres militares. Mas ninguém pôde prever que os atentados de 11 de setembro pudessem mudar o mundo todo. E como muitos homens e mulheres corajosos, John deve escolher entre o seu amor por Savannah ou seu país.
Essa linda história não fala apenas do amor entre duas pessoas, que se vêem distanciadas pelas forças do destino, fala do amor incondicional, da renúncia pelo bem maior e da grandeza do amor paternal.
Uma obra comovente que nos faz refletir sobre as pequenas coisas que deixamos passar na vida: num beijo que não foi dado, um eu te amo que não foi dito, um carinho que passou do minuto de ser trocado."
A sugestão do psicólogo Leandro
Esse mês vou indicar o filme “O Vencedor”, que ganhou 7 Oscar’s incluindo o de melhor ator coadjuvante. Este filme fala de uma forma fantástica como é o amor de dois irmão, como é a sua dependência da família, da mãe. A busca pela vitória, de uma lado a vitória no boxe e no outro a vitória sobre as drogas. Ótimo filme e ótimos atores ... simplesmente fantático!
Segue sinopse do filme:

“1993. Dicky Ecklund (Christian Bale) teve seu auge ao enfrentar o campeão mundial Sugar Ray Leonard em uma luta de boxe, colocando a pequena cidade de Lowell no mapa. Até hoje ele vive desta fama, apesar de ter desperdiçado a carreira devido às drogas. Micky Ward (Mark Wahlberg), seu irmão, tenta agora a sorte no mundo do boxe, sendo treinado por Dicky e empresariado por Alice (Melissa Leo), sua mãe. Só que a família sempre o coloca em segundo plano em relação a Dicky, o que impede que Micky consiga ascender no esporte. A situação muda quando ele passa a namorar Charlene Fleming (Amy Adams), que o incentiva a deixar a influência familiar e tratar a carreira de forma mais profissional"
terça-feira, 29 de março de 2011
Filme: O Último Mestre do Ar - A elaboração do Luto

"O Último Mestre do Ar" de 2010 é um filme baseado numa série de animes, conhecido no Brasil como, Avatar. A estória fala de um garoto de 12 anos que precisa dominar seus poderes para dar a paz ao mundo. O filme foi dirigido por M. Night Shyamalan e estrelado po Noah Ringer como Aang, Nicola Petz como Katara, Jackson Rathbone como Sokka e Dev Patel como Zuko
A análise foi feita pelo Psicólogo Leandro
O filme “O Último Mestre do Ar” ganhou diversos prêmios no dia 26/02, os prêmios são de: pior filme, pior ator coadjuvante, pior 3D, pior roteiro e pior diretor. É, este filme foi o “grande” vencedor do Framboesa de Ouro, que é exatamente o inverso do Oscar. O diretor do filme (que também foi o roteirista) deve estar triste por isso, afinal ele não faz um filme para ganhar o premio de “pior do ano”, o sonho de ver mais um trabalho seu no Oscar morreu. Assim como os amigos de Aang morreram no filme. Tanto diretor como personagem tiveram que enfrentar o luto.
Para melhor explicar vou contar um pouco do filme (que é baseado num desenho). Essa estória fala sobre Aang, o último capaz de controlar o elemento Ar, que é declarado o Avatar do mundo. Não é o mesmo Avatar de James Cameron, neste filme o Avatar tem o papel de guiar o mundo com seus conselhos e sua experiência na vida e nos estudos. A cada 100 anos um novo Avatar nasce, e quando Aang é declarado o novo Avatar ele foge por medo de nunca mais ter uma família ou amigos por perto. Ao fugir fica preso por 100 anos numa redoma de ar dentro do mar. Ao sair, seus amigos estão mortos e o mundo um caos. Ao fazer novos amigos ele assume seu papel contra os maus, mas não o de Avatar. Para tanto ele precisa dominar os outros elementos, água, fogo e terra. Ao tentar dominar o primeiro elemento, Aang não consegue por ainda sentir uma profunda dor pela perda de seus mestres. Ele se acha culpado direto pela morte de seus antigos amigos e mestres e não consegue dominar os outros elementos. Essa culpa o debilita, pois percebe o quanto perdeu com a morte dos amigos, sendo o mesmo sentimento que todos sentem ao perder um ente querido. Nesse momento começa a elaboração do luto (ou pelo menos, deve começar).
O luto, como todos sabem, é o sentimento de perda por algo ou alguém, e como todos os sentimentos, precisamos vivenciá-lo e elaborá-lo. Não podemos ficar sempre presos a dor da perda, ou caímos numa imensa depressão e para sair é mais difícil. A perda nunca é fácil, perder um ente querido pode ser muitas vezes destruidor. A pessoa fica em casa, ou ao ir trabalhar não o faz direito, fica apenas se martirizando com sua dor. Negar a dor não o faz elaborar o luto, vemos no filme que Aang deixa a dor de sentir a morte dos amigos de lado, não a sente diretamente. Sentir a dor da perda é normal e deve ser sentida, não deve ser ocultada. O luto é deixar de investir naquilo ou naquela pessoa que depositamos carinho, amor, e começar a deslocar tudo o que direcionávamos para esta pessoa ou objeto para outro. Isso dói, pois pensar em não amar mais uma pessoa trás uma dor, mas não deixamos de amar aquela pessoa que partiu, mas começamos a depositar o amor que iriamos dar a ela para outra pessoa.
Aang só consegue controlar o segundo elemento quando sente a perda, encara a dor e o sofrimento, percebe que a fuga desses sentimentos ou o negar deles não o estava auxiliando, apenas atrapalhando. Deixar-se sofrer é bom, mas não ininterruptamente, é preciso encarar a dor, senti-la e depois deixa-la partir. Prolongar a dor, também faz mal.
Aang senti a dor, deixa-a agir e depois a dor parte, vai embora.
A dor faz parte da vida, vejamos a ostra: É da ostra que é retirada a pérola, a única gema de origem animal (diamante, topázios, pedras de Jade entre outras são de origem mineral), mas ele não é feito de forma simples e rápida. A pérola é uma proteção da ostra contra parasitas existentes na água que conseguem perfurar seu casco e adentrar até as vísceras dela. Como proteção a ostra libera uma substância para se proteger e com isso isola o parasita e a deixa com essa esfera, que para a concha seria como uma verruga. Elaborar uma pérola totalmente esférica leva por volta de três anos.
Aang agiu assim, provavelmente sem perceber. Sofreu durante um longo tempo, uma dor necessária para a elaboração do luto. A foi trabalhando internamente até poder encarar de frente a dor, trazer a tona o que ele precisava elaborar e assim controlar seus sentimentos e o segundo elemento.
A dor faz parte da vida, o luto também, que aprendamos a viver com as nossas alegrias e tristezas
É neste sentido que termino com uma pequena estória que ouvi
“Um homem tinha quatro filhos. Ele queria que seus filhos aprendessem a não ter pressa quando fizessem seus julgamentos. Por isso, convidou cada um deles para fazer uma viagem e observar uma pereira plantada num local distante.
O primeiro filho chegou lá no INVERNO, o segundo na PRIMAVERA, o terceiro no VERÃO e o quarto, o caçula, no OUTONO. Quando retornaram, o pai os reuniu e pediu que contassem o que tinham visto.
O primeiro, que chegou no inverno, disse que a árvore era feia e acrescentou: “Além de feia, ela é seca e distorcida!”. O segundo, que chegou na primavera, disse que aquilo não era verdade. Contou que encontrou uma árvore cheia de botões e carregada de promessas. O que chegou no verão, disse que ela estava coberta de flores que tinham um cheiro tão doce e eram tão bonitas que ele arriscaria dizer que eram a coisa mais graciosa que ele jamais tinha visto. O último, que chegou no outono, disse que a árvore estava carregada e arqueada cheia de frutas, vida e promessas...
O pai então explicou a seus filhos que todos eles estavam certos, porque eles haviam visto apenas uma estação da vida da árvore. Ele disse que não se pode julgar uma árvore ou uma pessoa, por apenas uma estação. A essência do que se é (como o prazer, a alegria e o amor que vem da vida) só pode ser constatada no final de tudo, exatamente como no momento em que todas as estações do ano se completam!
Se alguém desistir no INVERNO, perderá as promessas da PRIMAVERA, a beleza do VERÃO e a expectativa do OUTONO. Não permita que a dor de uma estação destrua a alegria de todas as outras. Não julgue a vida apenas por uma estação difícil. Persevere através dos caminhos difíceis... e melhores tempos certamente virão, de uma hora para outra”
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