Fantasia! Não,
não é o programa dos anos 90 do SBT, nem roupas de carnaval, mas sim a terra de
Fantasia! Um lugar onde todos os seres fantásticos estão, elfos, gnomos,
gigantes comedores de pedras, centauros, índios valentes, uma morte multicor.
Enfim, tudo que pode conter num livro de romance-fantasia está em Fantasia,
neste lindo e maravilhoso planeta.
É neste lugar
que grande parte da estória do filme e livro “A História Sem Fim” se passa. “Grande
parte da estória”? Sim, que já viu o filme ou leu o livro sabe que além de
Atreiú e cia. limitada temos também o garotinho
Bastian, que está lendo o livro no nosso mundo.
Pra quem não
conhece a estória vou conta-la (um pouco):
Bastian é um
garotto de dez ou onze anos que entra correndo dentro de uma livraria quando
estava fugindo de um grupo de garotos que queria “brincar” com ele (ou seja, o
Bastian estava sofrendo bullying) e encontra um livro de capa cor-de-cobre
junto do dono da livraria, após uma conversa o dono se retira da sala onde
estavam e Bastian rouba o livro e o leva para a escola. Lá ele se esconde no
sótão da escola e fica lendo o livro.
O livro conta a
estória de Fantasia com seus habitantes, dentre os mais famosos a Imperatriz Criança
(ou imperatriz menina, como é dito no filme) e Atreiú, contra o Nada. Como o Nada
devasta Fantasia e seus habitantes, mas o único a salvar fantasia (e a
Imperatriz que estava morrendo) seria o Herói como dito na seguinte passagem:
“Porém, se o
heróis vier, e a todos nós se entregar, nova vida irá nascer. Só depende de ele
chegar!” Esse Heróis deveria chegar e dar um novo nome a Imperatriz Criança e
assim salvar o reino. Mas o Herói não era Atreiú, mas o Bastian. Neste momento Bastian
(o garoto que está lendo o livro) entra na estória do livro!
É aqui que quem
viu o filme e não leu o livro parou. No filme não é contado toda a estória, mas
só metade do livro. Bastian entra na estória e vive muitas aventuras lá até regressar
para o “nosso mundo” (ou o mundo dele) e assim viver de forma melhor.
Michael Ende foi
fantástico ao escrever este livro. Não apenas pela estória, pelos personagens e
aventuras, mas por seu profundo conteúdo. Com este livro podemos analisar
várias coisas, mas no momento focarei naquilo que mais me interessa: Fantasia!
A fantasia como criação, a fantasia como criatividade, como meios para que nós
possamos viver.
Vejamos um
exemplo: A grande maioria dos brasileiros sofreram com a perda que a seleção
brasileira de futebol sofreu da seleção alemã no último dia 08/07/14, a grande
esperança dos brasileiros em ganhar a Copa Mundial de Futebol FIFA. Nos
enganamos, criamos um novo Brasil durante esta Copa para poder enfrentar o que
vivemos todos os dias. Criamos uma seleção que poderia ganhar, mas perdeu.
Criamos no mesmo instante várias piadas e postamos nas redes sociais, apenas
para enfrentar uma perda.
Fantasiamos,
criamos frente ao luto pela única coisa que poderia apaziguar o sofrimento
durantes estes dias, o grito de “HEXA CAMPEÃO!”
Foi por isso que
Bastian roubou o livro, para fantasiar novamente, para criar novamente frente
ao luto por ter perdido a mãe tão inesperadamente. O Nada Criativo começa a
tomar conta de Bastian e seu pai, e isso acaba por desestabilizar a sua
relação. É como uma frase do livro: "Nada é o vazio que resta"
No livro Bastian passa por muita coisa
e finalmente supera este luto. A criatividade frente ao luto.
Não posso ir além sem dar spoiler sobre o conteúdo do livro, por isso paro por aqui e deixo a pergunta nos ar:
E você, como
supera o luto?
O mais cômico
desta postagem é analisar o luto através de um livro escrito por um alemão na
semana fatídica do 7x1!
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