domingo, 24 de maio de 2009

Livro - A Tenda Vermelha


Continuação

A história principal do livro gira em torno de Dinah, que se apaixonou por um egípcio. Ela conheceu seu amado quando foi convidada para auxiliar uma parturiente. Aos descobrir o amor entre eles, os irmãos dela matam o egípcio e Dinah fica “prisioneira dos egípcios”. Mais tarde Dinah descobre que está grávida do antigo amor e que não poderá cria-lo, devido aos costumes, por isso abre mão da maternidade. Os anos se passam, ela amadurece e conhece um novo homem e revive o amor, o feminino, o prazer e o ser mulher.
O livro transcorre de uma maneira peculiar, a busca de Dinah por sua identidade atrelada ao amor pelo filho, se submete a abandonar-se para cuidar do outro. As mulheres, com as quais tenho muito contato devido o trabalho, acabam por se doar para o outro, esvaziar-se, abamos esquecendo da nossa identidade em prol dos outros.
A nossa cultura possibilita esse modo irônico de pensar a mulher, ela como mãe, como esposa, deve pensar à priori nos filhos e no marido, depois em si mesma. O olhar para si é dito como uma forma de egoísmo.
Depois que esquecem de si acontece o esquecimento de quem se é, uma perca de identidade e vira a vida de outra pessoa (possivelmente do marido e dos filhos).
O autoconhecimento do corpo, da alma em união, o olhar sobre si e se diferenciar do outro é se assumir diante da própria história, dos deslizes, acertos, amores e dons.
Qual é o limite do sonhar, de assumir as conseqüências de ser mulher e assumir o compromisso consigo mesma?
No livro “A tenda Vermelha” Dinah se descobriu como mulher mais tarde, descobriu que devia permitir sonhar e principalmente ser amada.
“Quero sua risada mais gostosa Esse seu jeito de achar Que a vida pode ser maravilhosa Quero sua alegria escandalosa Vitoriosa por não ter Vergonha de aprender como se goza Quero toda a sua pouca castidade Quero toda a sua louca liberdade Quero toda essa vontade De passar dos seus limites E ir além, e ir além”
Ivan Lins

Permitir essa “alegria escandalosa”, assumir a feminilidade, reavivar a Tenda Vermelha para superar os limites e assumir a identidade, a felicidade de ser mulher.

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