sexta-feira, 24 de abril de 2009

Livro e Filme: Senhor dos Anéis


Essa semana apresentaremos a análise realizada por Leandro da trilogia "Senhor dos Anéis" de J.R.R. Tolkien, adaptada para o cinema por Peter Jackson. Tolkien nasceu em 1892 na África do Sul e morreu em 1973 na Inglaterra. Foi escritor, professor e filósofo. Vários livros e revistas especializados em literatura colocam o "Senhor dos Anéis" como uma das obras mais importantes e influenciadoras do século XX. Os filmes rederam 15 Oscar's, dentre melhor filme e direção.

A história narra o conflito contra o mal que se alastra pela Terra-média, através da luta de várias raças - Humanos, Anões, Elfos, Ents e Hobbits - contra Orcs, para evitar que o "Anel do Poder" volte às mãos de seu criador Sauron, o Senhor do Escuro. Partindo dos primórdios tranqüilos do COndado, a história muda através da Terra-média e segue o curso da Guerra do Anel através dos olhos de seus personagens, especialmente do protagonista, Frodo Bolseiro.


Meu avô dizia: “Seria tão fácil se a nossa vida fosse como o desenho do Pica-Pau. Se uma bigorna caísse na nossa cabeça não morreríamos, mas apenas achataríamos”. E uma vez ouvi “Ah se eu fosse a Feiticeira, mexeria meu nariz e toda a louça ficava lavada”. E creio que várias pessoas pensaram e pensam assim.
A humanidade vive hoje num momento de extrema facilidade, se eu quiser falar com alguém no Japão posso pegar o telefone e gastar no interurbano ou posso mandar um e-mail ou “teclar” por algum messenger. Se eu quiser saber o que acontece no mundo, posso simplesmente ligar a internet e entrar num site. Mas e se eu quiser um emprego? Quiser construir uma casa? Ou crescer, ter maturidade? Para essas questões não mudou muita coisa, temos que trabalhar arduamente.
É isso que a trilogia Senhor dos Anéis pode nos ensinar. No livro e no filme um grupo de pessoas precisa destruir um anel maligno para salvar toda a terra de Arda (que é o continente que eles vivem). Mas para destruir o anel eles precisam ir na Montanha da Perdição onde o anel foi forjado para poder destruí-lo. Essa montanha fica do outro lado do continente da onde eles estão. Lá existe um exercito inimigo querendo recuperar o anel para terem um poder maior e dominar Arda.
Quem foi incumbido de destruir o anel foi um hobbit, um tipo de anel mais baixo, chamado Frodo que conta com a ajuda de seus 3 amigos hobbit’s, um elfo, um anão, dois seres humanos e um mago.
Reparem que para cumprir a tarefa Frodo precisou da ajuda de mais 8 amigos e outras pessoas que apareceram no caminho. O mago, chamado Gandalf, não faz magias para melhorar o caminho. Ele não conjura uma vassoura ou um tapete mágico para que todos viajem com segurança e conforto até a montanha da perdição. Eles todas viajam de cavalo, andam, nadam, utilizam de todos os meios normais de locomoção. Quando precisam de fogo na caverna, eles acendem uma fogueira e tochas para iluminar o caminho. E um vai ajudando o outro com suas habilidades particulares, montanhismo, geologia, habilidades marciais, culinária, medicina. Sempre ensinando aos outros o que sabem.
E a na nossa vida, aqui na terra, no nosso crescimento acontece isso. Quando criança precisamos de grande esforço para poder começar a andar, para ler e escrever batalhamos para aprender. Quando somos adolescentes e começamos a querer namorar determinada pessoa lutamos contra o medo da rejeição.
Quando estávamos aprendendo a andar, nós caiamos muito, chorávamos, mas nos erguíamos e tentávamos novamente. Para aprender a escrever o próprio nome também erramos e escrevemos feio, mas continuamos tentando até escrever certo. Para conseguir namorar uma pessoa levamos muitos nãos antes de um sim.
Hoje o mundo quer facilitar inclusive isso para nós. Quer mimar cada pessoa, facilitando essa baixa tolerância para a frustração, sem mesmo saber que isso apenas baixa mais essa tolerância. Quantos jovens não vemos que após “levar o fora” da pessoa que gosta já pensa em suicídio? Quantas pessoas que não conseguem um emprego rápido já caem em depressão ou em algum vicio?
Essa batalha para chegar ao seu objetivo é o que essa trilogia nos ensina. Se Frodo desistisse na primeira vez, quando saiu de sua vila e atravessou a floresta com bichos maiores que ele, a terra de Arda estaria perdida. Mas Frodo, Sam, Gandal, Aragorn e todos os outro enfrentarão grandes desafios, se separam no meio do caminho, se perderam, se reencontraram, lutaram e destruirão o anel.
Nessa viajem para a destruição do anel houve uma viajem de crescimento pessoal onde preconceitos foram quebrados. Na história, os elfos e os anões são povos que vivem brigando entre si, devido a preconceitos. Mas o único elfo e anão que viajaram juntos superaram esses preconceitos, superaram porque se conheceram, conviveram e um ensinou ao outro o que sabiam. Mas no começo da viajem um implicava com o outro, mas aprenderam a se admirar e criaram um grande vinculo de amizade, uma amizade maior que as outras amizades construídas na história.
Essa relação nos mostra que diferentes povos, culturas, gostos podem conviver entre si e criarem uma grande amizade.
Outros personagens conheceram grandes amores e se casaram, aquele que era um andarilho virou um rei, o que era jardineiro virou prefeito de sua vila, um pequeno mago virou o maior de todos. E quando os 4 hobbits voltaram para sua vila um dos moradores disse “quem é esse jovem gigante?” se referindo a como eles cresceram dentro e fora de si.
Os heróis não utilizaram de mágicas ou utilizaram de materiais que facilitariam a vida deles, mas utilizaram aquilo que eles tinham. Eles enfrentaram o medo e a dor para alcançar o objetivo e com isso criaram outros objetivos em suas vidas.
Se aprendermos a enfrentar nossos medos, preconceitos, anseios, alcançaremos o objetivo que quisermos e criaremos outros, e para esses outros teremos que trabalhar para consegui-los e conseguiremos alcança-los com alegria.
Termino esta pequena reflexão com uma frase do romancista inglês Charles Kingsley:"Ser obrigado a trabalhar, e obrigado a fazer o melhor possível, cria em você moderação e autocontrole, diligência e força de vontade, ânimo e satisfação, e cem outras virtudes que o preguiçoso nunca conhecerá."

Nenhum comentário:

Postar um comentário