domingo, 31 de janeiro de 2010

Filme: Invictus



O filme Invictus é baseado no livro "Conquistando o Inimigo" de John Carlin, que por sua vez é a narrativa da história real do jogo de rugbi que uniu os sul africanos brancos e negros. O filme trata especificamente do jogo de rugbi e do momento no qual aconteceu, o livro volta mais no tempo, começando desde a prisão de Mandela até o final do jogo, um jogo entre ideias e crenças. O filme é dirigido por Clint Eastwood, conta com Morgan Freeman (no papel de Mandela), Matt Damon (como françois Pienaar), Tony Kgoroge (Jason Tshabalala), Patrick Mofokeng (Linda Moonsamy), Matt Stern (Hendrick Booyens). Indicado a dois premios da Academia (Oscar) com Melhor Ator (Morgan Freeman) e melhor ator coadjuvante (Matt Damon).

Análise feita por Leandro




“O perdão começa aqui!” “Esse é o maior poder de todos!”. Essas são frases tiradas do filme “Invictus”, dirigido por Clint Eastwood que conta com Morgan Freeman no papel de Nelson Mandela e Matt Damon no papel de François Pienaar.
A história do filme é baseado no livro “Conquistando o Inimigo” de John Carlin, que por sua vez é baseado nos fatos reais acontecidos na África do Sul durante o apartheid.
A sensacional performance de Freeman como Mandela é fantástica e nos traz algo totalmente importante para a vida de todos, uma história de luta e conquista através de algo muito simples: Perdão!
Na história Mandela é libertado e após as eleições de 1994 é eleito presidente da África do Sul, o primeiro negro presidente do país e primeiro presidente eleito em eleições mistas na África do Sul. Mandela, durante todo o tempo que esteve preso (27 anos) refletiu e pode sentir o que realmente o seu país precisava, o perdão contra os crimes cometidos pelo afrikaners ao sul africanos negros.
Ele entendeu que o ressentimento criado pela violência cometida pelos afrikaners, foi gerada pelo medo de perder o que eles conseguiram. O filme pouco mostra o que aconteceu na vida real, o livro descreve um pouco melhor, as guerras, as mortes, o medo, a destruição de vilas e cidades. Tudo criado pelo medo de perder o que tinham e pelo ressentimento criado pelo medo alheio.
Esse medo estava criando um câncer dentro da sociedade negra do país, estava criando guerras entre os povos (negros x negros; brancos x negros). Tudo pelo medo.
Muitos pensam que seja apenas um sentimento sem importância, que sentimentos não causam nada físico ao corpo humano ou ao corpo da sociedade. Mas a ciência mostra o contrário, demonstra o contrário e, acima de tudo, comprova o contrário!
Claro que todos os estudos existentes dentro da ciência, seja o ramo que for, tem como fundamento conceitos básicos a maioria vindo de filósofos antigos datados de 500 A.C, mas a teoria da Psicossomática foi fundamentada em 1922 por Georg W. Groddeck. Essa teoria nos diz que o corpo humano reage de forma física aos nossos sentimentos, como quando alguém está com raiva e não fala a ninguém o corpo começa a reagir, alguns com fortes dores no estomago, outros com febre, outros com diarréia, prisão de ventre entre tantos outros sintomas. Quem nunca ouviu na televisão, reportagens no jornal, revistas ou mesmo da boca do vizinho “isso que você ta sentindo vai te deixar doente” ou “ supera cara! Se você não se abrir isso vai te dar uma úlcera” “isso vai te dar um câncer”? Todos sabemos que isso pode acontecer, conheço pessoas que quando não conseguem se expressar começam a ter dores de cabeça e febre, outras que quando não conseguem ter o que querem o corpo ataca com uma grande febre.
Existem casos que a preocupação por algo ou alguém pode desencadear uma gastrite, aftas, herpes.
Mandela percebeu que o perdão, o falar durante esse período de doença, poderia curar o país inteiro. Começou com o slogan “Um time, Um país” e com as campanhas para não privar o corpo, ou seja os brancos e os negros, de seus desejos e diversões mais simples resultaram na unificação do país.
E nós, podemos começar uma campanha de unificação de nossos sentimentos? Podemos criar um slogan parecidos “Verdadeiro sentimento, Verdadeiro corpo”?
Uma professora minha vivia repetindo uma frase dentro da sala de aula “boca cala, o corpo fala”, e assim vejo muitas outras repetindo a frase mas muitas não unificam o sentimento para a cura do corpo.
Vamos nos livrar de medo, receios, raivas, ódios para criarmos em nosso corpo uma sensação de bem estar, sensação gerada pelo bem estar do corpo.
Você é quem comanda seu corpo! Você dita as ordens para ele e seu caminho!

Poema: Invictus
William Ernest Henley
Tradução: Leonardo Dias

Do fundo da noite que me cobre,
Preta como o Breu de lado a lado
Agradeço a todos deuses pelo nobre
Inconquistável espírito a mim dado.

No acaso todo das circunstâncias
Não me deixei cair nem gritar
Apesar de um estouro de ânsias
Minha cabeça sangra sem curvar

Além desse lugar de tristezas e insanos
Nada se vê, só o Horror desde cedo
E ainda assim a ameaça dos anos
encontra-me e encontrar-me-á sem medo

Não importa quantas vezes desatino
nem quantas vezes a vida me espalma
Sou o mestre e senhor do meu destino:
Sou o capitão de minha alma.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Filme: Avatar



O filme Avatar tem direção de James Cameron, no elenco estão Sam Worthington, Zoe Saldana, Michelle Rodriguez, Sigourney Weaver, Giovanni Ribisi. Noo filme é contado a estória de Jack Sully (vivido por Sam Worthinton) que ao chegar em sua cadeira de rodas num planeta desconhecido vive aventuras para cumprir seu dever como soldado, mas as aventuras passam mais tarde para seu dever com um povo, com a vida. Indicado a 9 prêmios da Academia (o Oscar), sendo que ganhou 3 deles: MelhorFotografia, Direção de Arte e Efeitos Especiais.

Análise feita por Natália





Qual é o seu Avatar para as dores existenciais?


O filme Avatar é surpreendente! Além de efeitos fantásticos e um enredo incrível onde demonstra com primazia a importância da natureza e do amor pela vida e a superação. A personagem principal utiliza um Avatar para explorar Pandora, que é um mundo alienígena habitado pelos Na’vi para melhor integração, conhecê-los e usurpar as preciosidades de sua terra.
A personagem utiliza um Avatar para se integrar e conhecer os mistérios daquele lugar, separando as frustrações de seu “eu humano” do seu “eu Na’vi” (ou pelo menos, tentando), enquanto nós meros seres-humanos limitados com dores existências às frustrações do dia a dia as perdas.
Existe uma música que define as frustrações dizendo que “Não há nada sem separação” é pensando que percebemos que as conquistas das vidas são feitas de separação. Para se tornar adolescente e “comprar as suas opiniões” (no sentido de ter suas próprias opiniões) é necessário se separar da criança que antes vivia da opinião dos pais.
A mesma dinâmica acontece com a vida de solteiro, é preciso abandonar para amadurecer e viver uma vida a dois. Somos obrigados a realizar inúmeras separações para nos adaptar.
Quando não há a adaptação das separações, quando não há sequer elaborações existenciais, criamos avateres para lidar com as frustrações da nossa existência, do nosso “Ser no Mundo”. Esses avateres são a dependência química, as doenças psicossomáticas e outras com a síndrome do pânico a depressão.
A dependência química é o entorpecer da dor. Adoramos fingir que nada está acontecendo e o adicto é aquele que tem uma baixa tolerância à frustração e o avatar para suas dores existências são as drogas, que dão prazer entorpecente.
As doenças psicossomáticas Eu diria que todo o adoecer carrega as emoções embutidas em si, motivadoras ou não elas estão lá e negá-las é um meio de fortalecê-las. O Avatar para as dores que não conseguimos elaborar são as doenças psicossomáticas, afinal “Quando a boca fala os órgãos calam, quando a boca cala os órgãos falam”.
A depressão é um entorpecer para a vida, ou melhor, o não querer viver daquela maneira, e a inflexibilidade diante da vida e das dores da alma é não a adaptação à separação a qual estamos sujeitos a todo o momento sendo este é o Avatar para não lidar com as mesmas.
Diante desses Avatares que estão embutidos na alma humana devemos ter a consciência que todos estão vulneráveis que nosso legado, que é Amar e trabalhar segundo Freud, estão estritamente ligados a frustrações.
A personagem principal se entrega após algumas batalhas junto de seu avatar e o vive o avatar; se nos entregamos aos nossos avatares não vivemos a nossa essência e acabaremos não adaptando as realidades que nos “atropelam” o nosso existir. A psicologia como ciência da alma, do existir, da escuta do outro (que dentro desse encontro se escuta) e dentro da grandeza das palavras há a libertação da alma, portanto é uma ciência que estuda a loucura da vida que acalma e orienta as dores da existência.
Dores essas que nos impede de gozar em plenitude a vida, sem os avatares nos amarmos em essência e se não conseguimos sozinhos superá-los procure a ajuda do profissional da escuta e da palavra, o Psicólogo, o Psicoterapeuta e se liberte dos seus avatares. Ajudaremos a encontrar o caminho mas quem a trilha é você.

“Sei lá... a Vida tem Sempre Razão", de Toquinho e Vinicius de Moraes na voz de Chico Buarque, Miúcha e Tom Jobim.
Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, que dá pra entender:
A gente mal nasce, começa a morrer.
Depois da chegada vem sempre a partida,
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão.
A gente nem sabe que males se apronta.
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe,
E o sol que desponta tem que anoitecer.
De nada adianta ficar-se de fora.
A hora do sim é o descuido do não.
Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão.