domingo, 18 de outubro de 2009

Filme: Uma Prova de Amor


O filme "Uma Prova de Amor" foi lançado em 2009 e conta a história de uma familia cuja a filha do meio tem leucemia e as lutas da familia contra a(s) doença(s). Dirigido por Nick Cassavetes e tem no elenco Cameron Diaz, Jason Patrick, Abigail Breslin, Sofia Vassilieva, Evan Elligson e Alec Baldwin.
O filme, por sua vez é baseado no livro "Para minha Irmã" de Jodi Picoult.

A análise é feita por Natália.



Se me ama prove! É impressionante a necessidade que o ser humano tem de provas “concretas” de afeto, de amor.
O filme é uma prova que são diversas as provas de amor e o direito de morrer e viver o luto antecipatório.
A personagem principal não existe nesse filme, cada pedaço desse “quebra cabeça” da trama compõe uma linda história de amor em que uma menina, que luta contra a leucemia há anos, decide morrer, não mais lutar, deixar a vida acontecer e seu fim acontecer, e sua irmã que foi criada/gerada para salva-la se recusa a doar o seu rim, para a salvação da irmã.
Sua mãe demonstra forte negação da morte, tanto que engravida para salvar a filha, Não encarava o luto, não encarava a morte, no entanto sua família estava sendo destruída por sua negação da eminente morte de Katie.
A mãe, interpretada brilhantemente por Cameron Diaz, ficou obcecada pela vida e não enxergou que a mesma já havia desistido da vida, de lutar, de sonhar desde que seu primeiro namorado (com o qual pode experimentar a vida) morre de complicaçõs da leucemia.
Impressionante o momento em que a equipe de cuidados paliativos entra em ação e pergunta sobre o último pedido de Katie.
A pedido de sua irmã, Anna vai aos tribunais e pede emancipação do seu corpo e os direitos sobre o mesmo, com isso o de não transplantar o rim para a irmã Katie .
Trabalhar com o luto antecipatório é uma tarefa árdua, mexer com sentimentos enraizados de onipotência da negação da morte, a avançada luta medicinal contra a morte, a prolongação da vida a qualquer custo.
Os cuidados paliativos vieram dizer não para os avanços medicinais, aos quais exaustivamente foram testados a permitir que o luto antecipatório aconteça e que o psicólogo ou profissional da saúde lide proporcionando para a família a oportunidade de viver esse luto saudável.
A menina realizou seu último pedido, ir a praia! Uma cena emocionante que permite ver a importância de “deixar” a vida cumprir o próprio curso.
Rubens Alves brilhantemente diz em um dos seus poemas que a vida é bonita porque tem um fim. Imagine aquela musica que você mais gosta, sempre no seu ouvido ou ligada sempre? Chato né?! A música é linda porque tem um fim.
A melhor prova de amor que a menina deu foi morrer, não prolongando a vida e permitindo que os outros membros de sua família se descobrissem, descobrissem que existe uma linda vida.

Após a morte de alguém querido, é preciso redescobrir dentro de nós o que há de mais precioso daquela que nos deixou.