quinta-feira, 31 de março de 2011

Sugestão do Mês: Filmes

Saudações!

Estaremos relacionando abaixo nossa dica de filme do mês:

Começando pela sugestão da psicóloga Natália.

A minha sugestão de filme para este mês é o filme “Querido John”, é um filme fantástico que relata como é o dia a dia de uma pessoa que convive com um pai autista. A interpretação de Richard Jenkins e Channing Tatum realmente emociona. Uma estória linda e maravilhosamente contada.

Segue abaixo a sinopse do filme:


"John, um jovem rebelde, se alista no exército logo após terminar a escola, sem saber o que faria de sua vida. Porém, durante sua licença, ele conhece Savannah, a garota de seus sonhos.
A atração mútua cresce rapidamente e logo transforma-se em um tipo de amor que faz com que Savannah jure esperá-lo concluir seus deveres militares. Mas ninguém pôde prever que os atentados de 11 de setembro pudessem mudar o mundo todo. E como muitos homens e mulheres corajosos, John deve escolher entre o seu amor por Savannah ou seu país.
Essa linda história não fala apenas do amor entre duas pessoas, que se vêem distanciadas pelas forças do destino, fala do amor incondicional, da renúncia pelo bem maior e da grandeza do amor paternal.
Uma obra comovente que nos faz refletir sobre as pequenas coisas que deixamos passar na vida: num beijo que não foi dado, um eu te amo que não foi dito, um carinho que passou do minuto de ser trocado."

A sugestão do psicólogo Leandro

Esse mês vou indicar o filme “O Vencedor”, que ganhou 7 Oscar’s incluindo o de melhor ator coadjuvante. Este filme fala de uma forma fantástica como é o amor de dois irmão, como é a sua dependência da família, da mãe. A busca pela vitória, de uma lado a vitória no boxe e no outro a vitória sobre as drogas. Ótimo filme e ótimos atores ... simplesmente fantático!

Segue sinopse do filme:


“1993. Dicky Ecklund (Christian Bale) teve seu auge ao enfrentar o campeão mundial Sugar Ray Leonard em uma luta de boxe, colocando a pequena cidade de Lowell no mapa. Até hoje ele vive desta fama, apesar de ter desperdiçado a carreira devido às drogas. Micky Ward (Mark Wahlberg), seu irmão, tenta agora a sorte no mundo do boxe, sendo treinado por Dicky e empresariado por Alice (Melissa Leo), sua mãe. Só que a família sempre o coloca em segundo plano em relação a Dicky, o que impede que Micky consiga ascender no esporte. A situação muda quando ele passa a namorar Charlene Fleming (Amy Adams), que o incentiva a deixar a influência familiar e tratar a carreira de forma mais profissional"

terça-feira, 29 de março de 2011

Filme: O Último Mestre do Ar - A elaboração do Luto



"O Último Mestre do Ar" de 2010 é um filme baseado numa série de animes, conhecido no Brasil como, Avatar. A estória fala de um garoto de 12 anos que precisa dominar seus poderes para dar a paz ao mundo. O filme foi dirigido por M. Night Shyamalan e estrelado po Noah Ringer como Aang, Nicola Petz como Katara, Jackson Rathbone como Sokka e Dev Patel como Zuko

A análise foi feita pelo Psicólogo Leandro

O filme “O Último Mestre do Ar” ganhou diversos prêmios no dia 26/02, os prêmios são de: pior filme, pior ator coadjuvante, pior 3D, pior roteiro e pior diretor. É, este filme foi o “grande” vencedor do Framboesa de Ouro, que é exatamente o inverso do Oscar. O diretor do filme (que também foi o roteirista) deve estar triste por isso, afinal ele não faz um filme para ganhar o premio de “pior do ano”, o sonho de ver mais um trabalho seu no Oscar morreu. Assim como os amigos de Aang morreram no filme. Tanto diretor como personagem tiveram que enfrentar o luto.
Para melhor explicar vou contar um pouco do filme (que é baseado num desenho). Essa estória fala sobre Aang, o último capaz de controlar o elemento Ar, que é declarado o Avatar do mundo. Não é o mesmo Avatar de James Cameron, neste filme o Avatar tem o papel de guiar o mundo com seus conselhos e sua experiência na vida e nos estudos. A cada 100 anos um novo Avatar nasce, e quando Aang é declarado o novo Avatar ele foge por medo de nunca mais ter uma família ou amigos por perto. Ao fugir fica preso por 100 anos numa redoma de ar dentro do mar. Ao sair, seus amigos estão mortos e o mundo um caos. Ao fazer novos amigos ele assume seu papel contra os maus, mas não o de Avatar. Para tanto ele precisa dominar os outros elementos, água, fogo e terra. Ao tentar dominar o primeiro elemento, Aang não consegue por ainda sentir uma profunda dor pela perda de seus mestres. Ele se acha culpado direto pela morte de seus antigos amigos e mestres e não consegue dominar os outros elementos. Essa culpa o debilita, pois percebe o quanto perdeu com a morte dos amigos, sendo o mesmo sentimento que todos sentem ao perder um ente querido. Nesse momento começa a elaboração do luto (ou pelo menos, deve começar).
O luto, como todos sabem, é o sentimento de perda por algo ou alguém, e como todos os sentimentos, precisamos vivenciá-lo e elaborá-lo. Não podemos ficar sempre presos a dor da perda, ou caímos numa imensa depressão e para sair é mais difícil. A perda nunca é fácil, perder um ente querido pode ser muitas vezes destruidor. A pessoa fica em casa, ou ao ir trabalhar não o faz direito, fica apenas se martirizando com sua dor. Negar a dor não o faz elaborar o luto, vemos no filme que Aang deixa a dor de sentir a morte dos amigos de lado, não a sente diretamente. Sentir a dor da perda é normal e deve ser sentida, não deve ser ocultada. O luto é deixar de investir naquilo ou naquela pessoa que depositamos carinho, amor, e começar a deslocar tudo o que direcionávamos para esta pessoa ou objeto para outro. Isso dói, pois pensar em não amar mais uma pessoa trás uma dor, mas não deixamos de amar aquela pessoa que partiu, mas começamos a depositar o amor que iriamos dar a ela para outra pessoa.
Aang só consegue controlar o segundo elemento quando sente a perda, encara a dor e o sofrimento, percebe que a fuga desses sentimentos ou o negar deles não o estava auxiliando, apenas atrapalhando. Deixar-se sofrer é bom, mas não ininterruptamente, é preciso encarar a dor, senti-la e depois deixa-la partir. Prolongar a dor, também faz mal.
Aang senti a dor, deixa-a agir e depois a dor parte, vai embora.
A dor faz parte da vida, vejamos a ostra: É da ostra que é retirada a pérola, a única gema de origem animal (diamante, topázios, pedras de Jade entre outras são de origem mineral), mas ele não é feito de forma simples e rápida. A pérola é uma proteção da ostra contra parasitas existentes na água que conseguem perfurar seu casco e adentrar até as vísceras dela. Como proteção a ostra libera uma substância para se proteger e com isso isola o parasita e a deixa com essa esfera, que para a concha seria como uma verruga. Elaborar uma pérola totalmente esférica leva por volta de três anos.
Aang agiu assim, provavelmente sem perceber. Sofreu durante um longo tempo, uma dor necessária para a elaboração do luto. A foi trabalhando internamente até poder encarar de frente a dor, trazer a tona o que ele precisava elaborar e assim controlar seus sentimentos e o segundo elemento.
A dor faz parte da vida, o luto também, que aprendamos a viver com as nossas alegrias e tristezas
É neste sentido que termino com uma pequena estória que ouvi

“Um homem tinha quatro filhos. Ele queria que seus filhos aprendessem a não ter pressa quando fizessem seus julgamentos. Por isso, convidou cada um deles para fazer uma viagem e observar uma pereira plantada num local distante.
O primeiro filho chegou lá no INVERNO, o segundo na PRIMAVERA, o terceiro no VERÃO e o quarto, o caçula, no OUTONO. Quando retornaram, o pai os reuniu e pediu que contassem o que tinham visto.
O primeiro, que chegou no inverno, disse que a árvore era feia e acrescentou: “Além de feia, ela é seca e distorcida!”. O segundo, que chegou na primavera, disse que aquilo não era verdade. Contou que encontrou uma árvore cheia de botões e carregada de promessas. O que chegou no verão, disse que ela estava coberta de flores que tinham um cheiro tão doce e eram tão bonitas que ele arriscaria dizer que eram a coisa mais graciosa que ele jamais tinha visto. O último, que chegou no outono, disse que a árvore estava carregada e arqueada cheia de frutas, vida e promessas...
O pai então explicou a seus filhos que todos eles estavam certos, porque eles haviam visto apenas uma estação da vida da árvore. Ele disse que não se pode julgar uma árvore ou uma pessoa, por apenas uma estação. A essência do que se é (como o prazer, a alegria e o amor que vem da vida) só pode ser constatada no final de tudo, exatamente como no momento em que todas as estações do ano se completam!
Se alguém desistir no INVERNO, perderá as promessas da PRIMAVERA, a beleza do VERÃO e a expectativa do OUTONO. Não permita que a dor de uma estação destrua a alegria de todas as outras. Não julgue a vida apenas por uma estação difícil. Persevere através dos caminhos difíceis... e melhores tempos certamente virão, de uma hora para outra”