terça-feira, 11 de agosto de 2009

Livro: Bruxa, Bruxa


Este livro, ou conto, foi indicado por uma pedagoga da cidade de Santo André - SP, a Samantha. Obrigado pelo apoio e pelas sugestões.


A análise é realizada por Natália


Esse livro nos remete a infância do novo século que, podemos dizer, é mais “encurtada”. Hoje percebemos que aos 9 anos eles se auto-denominam pré-adolescentes e não mais crianças.
O ser criança se perdeu diante da pressa de ser adolescente, e o ser adulto se perdeu no fato de permanecer adolescente (se tornando um “adultescente”).
O fato é que ser criança é navegar na fantasia, é uma fase de absorção das coisas boas e más da vida. Já dizia Freud “A criança é um polimorfo perverso”, dando alusão a importância da infância e as etapas do desenvolvimento psicossexual, alertando a importância da infância carregada de subjetividade.
Não pretendo analisar o livro, apenas no seu modo geral, mas sim viajar na infância contemporânea.
O livro é bem ilustrado em suas cores, na historia o narrador (presumindo que sejam os bichos da floresta) decidem organizar uma festa, na qual sem a bruxa ninguém iria a festa. Partindo deste ponto, a figura bruxa entra em qual momento histórico?
Segundo Bettlheimexiste um tempo certo para determinadas experiências de crescimento e para a infância é o momento de aprender a transpor o imenso interior e o mundo real.
Bom e o mau, mãe que ora boa e ora é ruim, ora provem o alimento e ora provem a frustração, essa é uma figura da bruxa que fica no imaginário infantil contendo esses dois lados, bem e mal.
O bom e o mau estão presentes na história e conforme o desenvolvimento humano, aos poucos a criança consegue integrar aspectos bons e maus em uma pessoa (principalmente nos pais).
A Infância de uma forma ou de outra, está sendo mutilada e rasgada, adiantando a adolescência sem a verdadeira experiência infantil, e a autoridade é necessária e deve se fazer presente. A autoridade não é sinônimo de tirania, mas continência materna e/ou paterna dos objetos internos (medos e angustias), também sinônimo de cuidado, de carinho.
Convidar a “bruxa” para a festa é um símbolo da proteção também, demonstrando a necessidade de limite da criança, para que elas não se tornem adultos com baixa tolerância a frustração e com atitudes compensatórias.
Devemos convidar a “bruxa” para nossa festa, admitir que em nós contém o lado bruxa e fada e que podem, e devem, ser administrado para o equilíbrio.

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